"Muitos me procuraram, mas a aliança deve ser feita só quando for boa para a população. Não faço toma lá da cá. Se for isso, não me chamem para essa mesa". A frase incisiva é de Marquinhos Trad (PSD), ex-prefeito campo-grandense e pré-candidato ao Governo do Estado, entrevistado desta segunda-feira (16) da CBN Campo Grande.
Marquinhos não veio na primeira data agendada, mas remarcou a participação para hoje, onde foi questionado sobre vários temas, que vão desde a gestão dele à frente da prefeitura de Campo Grande – a qual abdicou para se lançar ao governo – até a visita as dificuldades encontradas para se inserir no interior de Mato Grosso do Sul.
Na frase que abre o texto, ele respondeu ao questionamento sobre os poucos aliados que ele tem em seu entorno no momento. "Tem aliança por amor e por temor. Temor é conveniência, e a maioria das alianças que a gente vê até agora é por conveniência. Casamento por conveniência acaba em traição. Não sento na mesa para fazer negócio", destaca.
O ex-prefeito da capital sul-mato-grossense também reclamou que vem enfrentando rejeição de prefeitos e alguns vereadores no interior, algo que surge, segundo ele, por determinação "firme" do Governo do Estado. Assim, ele não é recebido nos gabinetes.
"Comunicaram vereadores que sou persona non grata, mas com o tempo a gente vai chegar lá", frisa, completando. "Eles imaginam que vão conseguir alcançar [um boicote], mas eles são os donos da verdade. São daqueles discursos que não importa o nome, a gente faz crescer de outras maneiras. Com dinheiro a gente faz a população aceitar.
A explicação sobre a situação foi encerrada ainda com um comparativo com o cenário eleitoral de 2012, em Campo Grande. Na época, o favorito a vencer o pleito era Edson Giroto, apoiado pelo Governo e pelo seu antecessor, Nelsinho Trad – irmão de Marquinhos.
Contudo, Giroto acabou indo para o segundo turno com Alcides Bernal (PP), deputado estadual desacreditado e com pouco apoio. Bernal, que ficou em segundo lugar no primeiro turno, reverteu a situação e venceu no segundo turno, com o apoio de outros candidatos.
"Me lembra uma história de 2012, onde compraram toda a cidade e o resultado foi o que o povo queria", concluiu. Em outros trechos, Marquinhos ainda falou sobre a polarização Lula-Bolsonaro, deixando a entender que não deve escolher um lado nessa discussão.