Com a decisão do presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, de assumir a coordenação da campanha da senadora Simone Tebet à Presidência da República, o partido dá um recado aos demais pré-candidatos que vai brigar pelo Planalto. Mas nem todos do partido querem candidatura própria. Um grupo ainda luta para o partido fechar com PT de Lula e outro insiste em apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro.
A decisão de Baleia Rossi assumir a pré-campanha de Simone Tebet sinaliza claramente a determinação do partido entrar pra valer na disputa pela Presidência da República. Além disso, dá um recado aos demais partidos que esperavam com a desistência do MDB de apostar em Simone para formarem aliança na corrida presidencial.
Para mostrar as garras, o MDB até fechou com marqueteiro Felipe Soutello para cuidar da estratégia de comunicação. Soutello foi o responsável pela campanha vitória de Bruno Covas, do PSDB, a Prefeitura de São Paulo e está entre os nomes mais valiosos da nova geração de marqueteiros. Infelizmente, Covas acabou morrendo pouco tempo depois da reeleição.
Simone é até o momento a única mulher lançada para concorrer ao Planalto. Por essa razão, Baleia Rossi entrou no comando da pré-campanha de Simone para afastar as especulações, algumas recheadas de machismo e preconceitos, de que a pré-candidatura dela não passa de um jogo político para ganhar vantagem numa aliança partidária.
A própria Simone deixou bem claro a sua posição de entrar na pré-campanha enfrentar os concorrentes ao Planalto. E ela não aceita ser empurrada para vice numa eventual desistência do MDB de levar adiante a sua pré-candidatura.
Por enquanto, o MDB aposta no crescimento de Simone nas pesquisas. Por isso da contratação de um marqueteiro na área de comunicação.
Hoje, Simone não ganha nem de Lula, Bolsonaro e Moro em sua terra natal: Mato Grosso do Sul onde é mais conhecida. Já em outros Estados, o nome de Simone ainda não ganhou visibilidade. Mas o partido reverter esse quadro.
Geralmente os partidos estabelecem até abril para o seu pré-candidato decolar nas pesquisas, porque é o mês que fecha a janela para troca de partidos. Quem tem mandato, vai migrar para um partido com pré-candidato com chance de brigar pela Presidência da República. Então, temos de esperar para ver se a pré-candidatura de Simone resiste até abril.
Seria muito bom para o País ter uma mulher brigando pelo Planalto. E Simone é uma política qualificada para o cargo. Ela é herdeira política de uma grande liderança nacional: seu pai senador Ramez Tebet, já falecido, que chegou assumir interinamente o cargo de presidente da República como presidente do Senado com a viagem do presidente Lula ao exterior.
Até novembro, Mato Grosso do Sul tinha dois nomes se destacando para corrida presidencial. Um era o da Simone e o outro era o do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O MDB bancou Simone e o DEM investiu em Mandetta até a fusão com PSL para criação do União Brasil. O problema enfrentado por Mandetta é o racha do novo partido antes mesmo da sua organização ser consolidada. Uma parte defende apoio a ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, do Podemos.
Mas Mandetta ainda está no jogo. Ele e cotado para ser vice de Moro numa aliança do União Brasil com Podemos.