As obras foram autorizadas em dezembro de 2014, mas de fato a construção do Hospital Regional (HR) de Três Lagoas, só começou em 2017, na gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Depois de anos de espera desde o seu anúncio, o tão esperado Hospital Regional se torna uma realidade, e com início previsto para começar a funcionar em junho deste ano. O governo do Estado já contratou o Instituto ACQUA Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental para administrar o Hospital Regional, que já abriu, inclusive, processo seletivo para a contratação de funcionários.
Demetrius do Lago Pareja foi nomeado diretor do HR. Ele era diretor do hospital de Ponta Porã, administrado pelo mesmo instituto. Com experiência na área, Demetrius aceitou o desafio de colocar o hospital para funcionar. Em entrevista, o diretor fala sobre o atendimento do HR e dos desafios em administrar uma unidade de saúde.
O contrato já foi assinado e quais serão os próximos passos?
Demetrius do Lago Pareja- Esse é um hospital que vai entrar em funcionamento agora, então carece de algumas etapas em sua implantação. Dentro do nosso plano de trabalho existe um planejamento, vinculado a um processo para a implantação plena do hospital, que vai levar de cinco a seis meses. Por contrato teríamos até 8 meses, mas com certeza isso será antecipado. Nossa pretensão é iniciar no começo de junho a efetivação dos funcionários, e a partir de 15 de junho, já ter toda parte ambulatorial em funcionamento. Agora, entre final de abril e maio, vamos terminar de montar a equipe, depois treinar os funcionários para que, em junho, começemos a funcionar.
O Hospital deve contratar cerca de 500 funcionários, mas as contratações serão feitas em etapas?
Demetrius O processo de contratação é paulatino. Tem alguns setores, como o administrativo, que precisaremos ter todas as funções ocupadas, mas enfermagem e os médicos, vamos contratar conforme a implantação.
O próprio instituto faz a contratação?
Demetrius Sim, temos mais de 9 mil funcionários em todo o Brasil, é uma instituição que tem muita experiência nessa área.
O senhor ficou três anos à frente do Hospital de Ponta Porã?
Demetrius Isso, deixei o primeiro hospital 100% SUS acreditado, nível 1 aqui no Estado, e o 16º do Brasil. Pegamos um hospital “arrasado”, e nesses três anos, mesmo com uma pandemia, deixamos o hospital habilitado para ser uma sede de microrregião
Para administrar um hospital não é fácil, qual a receita para dar certo?
Demetrius O primeiro passo é ter uma disposição política. E Mato Grosso do Sul está neste momento, onde encontramos seriedade na Secretaria de Saúde e do próprio governador Reinaldo Azambuja. Tendo vontade política, Mato Grosso do Sul está adotando a melhor forma de gestão hospitalar. O Sistema de Gestão por OS é o melhor que existe. Eu sou uma amante do SUS, e entendo um SUS como praticamente perfeito. E a melhor forma do SUS atingir essa perfeição, infelizmente não é com a gestão pública. Mato Grosso do Sul tem essa vontade política, aliado a um sistema de gestão saudável e com uma OS com capacidade de gestão como o Instituto ACQUA tem mostrado, a receita dá certo. Tem muitos imprevistos, mas com esses ingredientes, dá certo, e vamos buscar isso, um hospital de excelência, e o segundo hospital SUS 100% acreditado no Estado.
O Hospital Regional de Três Lagoas vai atender média e alta complexidade?
Demetrius Nos temos um cronograma de implantação, iniciando com atendimento ambulatorial, que não envolve a internação. Vamos iniciar com consultas e pequenas cirurgias, até que passamos fazer as internações. Vai ser uma unidade de alta e média complexidade e, na plenitude, vamos fazer até dinâmica aqui, como cateterismo, todos os procedimentos de alta complexidade em cardiologia. Mas por enquanto, vamos começar com a implantação do ambulatório, com várias especialidades médicas, como fisioterapia também, entre outros serviços. Trabalhamos com metas que serão cobradas pelo Estado, como por exemplo, o contrato prevê 609 internações quando o hospital estiver funcionando plenamente.
O senhor acredita que haverá médicos, profissionais para atender toda essa demanda?
Demetrius O instituto não faz a contratação direta, contratamos uma empresa que vai por bloco de serviço contratar os profissionais. São empresas grandes, e se for necessário, elas trazem de fora. Normalmente, profissionais da cidade e região conseguem atender.