O líder do PT, senador Aloizio Mercadante (PT), disse hoje (21) da tribuna do Senado que permanece na liderança do partido, mesmo depois de divergências entre os senadores petistas do Conselho de Ética que, cumprindo determinação do partido, votaram a favor do arquivamento das denúncias contra José Sarney (PMDB-AP).
Depois de ler uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo para que continuasse no cargo, o senador disse que “não tinha como dizer não” ao pedido. “Dificuldades e divergtências fazem parte da caminhada, fazem parte da história. Em nome dessa caminhada, fique na liderança. Esse é um pedido sincero e verdadeiro do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Lula na carta.
“Não tenho como dizer não a um pedido do meu companheiro”, afirmou Mercadante depois de lembrar a história e os tempos de criação do partido.
O senador falou em frustração e desilusão e descrença política ao lembrar o episódio no Conselho de Ética. Disse que sempre foi favorável à investigação dos atos secretos porque contrariam o princípio constitucional da igualdade e da transparência, mas defendeu uma investigação respeitando o direito de defesa.
“Nunca aceitei o caminho fácil da condenação sem defesa, do pré-julgamento do tribunal de exceção, ainda que seja mais fácil do ponto de vista eleitoral”, disse.
Mercadante disse que depois da reunião do Conselho de Ética, se reuniu com a bancada e ouviu dos senadores que não saísse da liderança. Afirmou que recebeu ligações do presidente do partido, Ricardo Berzoini, de José Dirceu “com quem não falava há muito tempo”, dos senadores do partido e também dos de oposição, como o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder tucano, Arthur Virgílio (AM).