O mercado financeiro espera que a inflação encerre o ano quase meio ponto percentual acima da meta de 4,5% estabelecida pelo governo para 2010. Economistas consultados pelo Banco Central elevaram a estimativa de inflação pela sexta semana consecutiva e esperam que o índice oficial encerre o ano em 4,91%, ante projeção de 4,86% feita anteriormente.
A previsão está na pesquisa Focus, feita na semana passada e divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Para 2011, a previsão é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 4,53%, também acima da meta de 4,5%.
O mercado manteve a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 em 5,5%. Para o ano que vem, a estimativa é de crescimento de 4,5%.
Os economistas mantiveram também suas previsões para a taxa básica de juros (Selic) para 11,25% no fim do ano. A taxa está atualmente em 8,75% –no fim de janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC manteve a taxa nesse patamar pela quarta reunião seguida. Para 2011, a projeção passou de 11% para 11,25%.
Outros índices
O mercado elevou quase todas as projeções relativas a índices de inflação em 2010. A previsão para o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) passou de 5,58 para 5,7%, na sétima semana de alta.
Para o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), subiu de 5,30% para 5,86%, também na sétima vez em que a projeção é elevada. Os dois indicadores são usados no cálculo dos reajustes de contratos e preços administrados, como contas de luz e aluguéis.
Já para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a projeção caiu de 5,26% para 5,17%. Para o ano que vem, a estimativa para os três índices é de 4,5%.
A projeção feita pelos economistas para o dólar foi mantida em R$ 1,80. Em 2011, a estimativa é que encerre o ano em R$ 1,87.
A previsão para o superavit da balança comercial foi mantida em US$ 10 bilhões e para o deficit nas transações correntes em US$ 50 bilhões.
A estimativa para os investimentos estrangeiros diretos ficou em US$ 38 bilhões e a projeção para a relação dívida/PIB ficou em 41,7%.