O Ministério da Saúde habilitou e qualificou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Três Lagoas. Com isso, a unidade classificada como porte II, que é o selo Upa 24 h do governo federal, passará a receber R$ 175 mil por mês pela habilitação e R$ 300 mil pela qualificação para o custeio das despesas. Esse montante de R$ 475 mil será o valor repassado por mês pelo Ministério da Saúde para a UPA. Entretanto, para manter a unidade em funcionamento, a prefeitura terá que entrar com uma contrapartida mensal de R$475 mil.
O gasto para manter a UPA em funcionamento é de aproximadamente R$ 800 mil. Desde o ano passado, quando entrou em funcionamento, a administração municipal que arca com esse valor para custear as despesas da unidade, assim como para o pagamento de todos os funcionários, incluindo os médicos. Ao todo, a UPA conta com 178 servidores.
A portaria (nº 1.410 de 3 de julho de 2014) de habilitação da UPA, a qual estabelece o recurso para custeio da unidade, considerada de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União. De acordo com a publicação, ficou estabelecido que o recurso para o custeio da Unidade de Pronto Atendimento será de R$ 2,100 milhões por ano, a serem repassados em parcelas mensais de R$ 175 mil. Já na portaria de qualificação está previsto repasse de R$ 300 mil por mês. O que totaliza R$ 475 mil de repasse mensal do Ministério da Saúde para a UPA.
Embora a prefeitura não confirme, o alto custo para manter a UPA em funcionamento foi o que motivou o fechamento do Pronto Atendimento (PA), o “Postão”, localizado no bairro Colinos. A prefeitura, pelo que foi apurado pelo Jornal do Povo, não teria condições de manter as duas unidades funcionando 24 horas.
Quando a prefeitura fechou o “Postão” alegou que seria para reforma. Com isso transferiu todos os funcionários para a UPA. Entretanto, a reforma até hoje não foi iniciada e a Secretaria Municipal de Saúde já confirmou que o prédio não vai mais funcionar com Pronto Atendimento 24 horas.
De acordo com a diretora do Departamento de Saúde Coletiva, Ludmila do Valle, em breve a prefeita vai anunciar o que será feito no prédio do antigo “Postão”. “Estamos em estudo ainda, mas, em breve, acredito que a prefeita terá novidades para divulgar. Já ficou definido que o Postão não volta a funcionar no local, mas dentro da reestruturação que será feita na saúde, a população terá um novo serviço lá, mas não 24 horas”, comentou.
Atualmente, 400 pessoas são atendidas diariamente na UPA. No “Postão”, a média era de 800 pacientes, ou seja, o número de pessoas que passaram a procurar o atendimento 24 horas caiu pela metade. Embora muitos digam que isso se deve a distância da UPA em relação a alguns bairros, como Vila Piloto, Vila Nova, Jupiá, entre outros, a diretora alega que a diminuição no número de pacientes atendidos na Unidade de Pronto Atendimento, deve-se aos serviços que passaram a ser oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde. “Esse número diminuiu por conta de outras estruturas que criamos dentro da atenção básica que supriu essa necessidade. Essa demanda que vai até a UPA, o deslocamento, geralmente é feito com ambulância, feito pelo Samu e Corpo de Bombeiros e, que independente do local da cidade, o paciente seria socorrido. Além do que, a UPA fica próximo ao hospital, ficando uma via de fácil locomoção até o hospital”, justificou.