Deputado estadual com berço eleitoral em Dourados, Barbosinha deve seguir os passos da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e desembarcar no PP – justamente a sigla que abriga um desafeto político seu, o prefeito douradense Alan Guedes. A decisão deve ser tomada nesta semana, já que o prazo de troca de partido termina na próxima sexta-feira.
"Eu sou do grupo da Tereza e então devo seguir o mesmo caminho que ela", confirmou o deputado à reportagem da CBN Campo Grande durante o lançamento do Bioparque Pantanal. Barbosinha e Tereza eram do DEM, que se fundiu ao PSL e formou o União Brasil.
O novo partido foi fechado em acordo nacional que, regionalmente, acabou criando atritos em todo o Brasil, havendo mais desfiliações do que filiações. Em Mato Grosso do Sul, Tereza, Barbosinha e Zé Teixeira (deputado estadual) são alguns dos dissidentes.
Teixeira já está confirmado no PSDB, sigla que também é cogitada por Barbosinha. Contudo, ele revela que existe maior predileção pelo PP atualmente. "Ambos estão com chapas pesadas, então são parecidos. Hoje, creio que o melhor caminho para mim é o PP, junto com a Tereza".
Tereza será o principal nome da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso do Sul e já definiu que vai apoiar o tucano Eduardo Riedel para o governo estadual. Barbosinha faz parte da base parlamentar do governo na Assembleia Legislativa.
RIVALIDADE À PARTE
A chegada de Barbosinha ao PP chegou a ser rechaçada meses antes de Tereza assumir o comando do partido no Estado. Entretanto, a partir da posse da ministra, a situação mudou e partidários antes contra ele na sigla tiveram que passar a "engoli-lo".
O PP, que já possui os deputados estaduais Evander Vendramini e Gerson Claro em suas fileiras, contará também com Londres Machado, Lucas Lima (ambos estaduais) e Luiz Ovando (federal). Barbosinha reforçaria a lista de estrelas da sigla nestas eleições.
A rivalidade dele com Alan Guedes era o principal empecilho para o desembarque no partido. "Não tenho nada contra a pessoa do Alan, contra o político, mas sim contra a gestão dele. São vários problemas que eu aponto, pois essa é a minha função como parlamentar", frisa.
SEM PROBLEMAS
Barbosinha conta que não houve conversa entre os dois para tratar dessas desavenças, nem sobre a sua filiação ao PP. Já Guedes afirma acreditar que as críticas ainda são reflexo da derrota nas urnas em 2020, quando ambos concorreram a prefeitura de Dourados.
"Mas não me oponho [a filiação do Barbosinha]. É uma decisão partidária", conta. Questionado se a situação pode resultar de sua saída do partido, ele nega que o cenário possa chegar a essa proporção. "Não. Isso não deve acontecer, não", finaliza o prefeito.