O vereador Ângelo Guerreiro (PSD) afirmou que, mesmo sem o apoio do PT, não desistirá de disputar as eleições para prefeito de Três Lagoas no pleito deste ano. O parlamentar, que está internado no hospital, concedeu entrevista ao Jornal do Povo e classificou como estranha a decisão do PT em analisar a proposta do PMDB para um possível apoio do Partido dos Trabalhadores à reeleição de Márcia Moura, já que desde o ano passado havia um compromisso com o PSD.
Mais estranho ainda, segundo ele, foi o fato de os assessores do senador Delcídio do Amaral (PT) – que é o maior incentivador da candidatura de Guerreiro- não terem se manifestado a favor do partido apoiar a sua pré-candidatura. “Existe o grupo do Zeca do PT que já declarou preferência em se aliar ao PSD e, se os assessores e os petistas ligados ao Delcídio tivessem manifestado a mesma intenção, não haveria nem a necessidade de aguardar a decisão para quinta-feira”, comentou.
Conforme Guerreiro, chama a atenção ainda o fato de o senador ter declarado a ele que apoiaria sua pré-candidatura, mas não fez nenhuma manifestação para que os seus assessores e correligionários de Três Lagoas declarassem apoio ao PSD. “Paira uma dúvida no ar. Já que o senador fala uma coisa e os seus assessores agem de outra [forma]”, frisou.
Apesar de toda essa indefinição no PT, Guerreiro disse que a militância do partido está unida em prol do seu projeto. “A Bel do PT, o Rosemilton, a Belkiss, entre outros, já declaram que me apoiam”, salientou.
GARANTIA
Em relação à garantia que o PT passou a exigir, tanto do PSD quando do PMDB, em troca de um apoio, Ângelo afirmou que também é estranho, já que o Partido dos Trabalhadores em momento algum havia falado sobre isso. “O PT sabe que se estivesse com a gente teria participação em uma futura administração. Agora, será que do outro lado eles terão essa garantia após o dia 30 de junho?”, questionou.
Quanto aos comentários de que poderia ser vice na chapa de Márcia Moura, Guerreiro descartou essa possibilidade. “Vou até o fim com esse projeto, nem que para isso o PSD lance chapa pura. Eu tenho caráter. Perco a farda, mas não a fala”, salientou.
Referente à proporcional, Ângelo Guerreiro disse que não havia um compromisso de que o PSD fosse se coligar com o PT. Entretanto, disse que isso certamente seria discutido com o Partido dos Trabalhadores. “Claro que estaríamos vendo o melhor para todos os partidos da nossa coligação”, enfatizou.
SECRETARIAS
Quantos aos comentários de que o PT estaria exigindo três secretarias para as correntes do partido, Guerreiro adiantou que não irá fazer leilão de cargos. “O PT sabe que teria participação na administração”, complementou. Apesar de todas essas questões, Ângelo disse que ainda espera contar com o apoio do Partido dos Trabalhadores.