Daqui a um mês, no dia 15 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai a Teerã, no Irã. Antes, chegará ao país o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que comanda um grupo com 86 empresários brasileiros.
O ministro e os empresários seguem hoje (11) para o Oriente Médio. A viagem ocorre no momento em que o governo dos Estados Unidos pressiona entidades públicas e privadas para a imposição de sanções ao governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Entusiasmado com a missão, o ministro admitiu à Agência Brasil que a pressão norte-americana influenciou alguns empresários, mas não atrapalhou outros que estavam determinados a explorar um novo mercado. “Todos os empresários que vão para o Irã viajam sem preconceito nem medo. Há grandes, médias e pequenas empresas”, disse.
A viagem ao Oriente Médio inclui mais dois países – Egito e Líbano – e vai durar uma semana. É a primeira viagem de empresários comandada por Jorge neste ano. A ideia é diversificar os parceiros comerciais do país e aumentar as vendas dos produtos brasileiros no exterior.
No ano passado, as exportações brasileiras para o Irã, o Egito e o Líbano atingiram cerca de US$ 3 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 110 milhões com potencial para aumento das relações comerciais.
O objetivo das visitas é tornar o Brasil um parceiro comercial atrativo para esses países, que apresentam estimativas positivas de crescimento econômico para 2010. O Irã tem previsão de crescimento de 3%, assim como o Egito, também de 3%, e o Líbano um pouco mais, atingindo 4%. Os cálculos são do Fundo Monetário Internacional (FMI) .
“Para muitos empresários, o Irã e o Egito são mercados fechados e de difícil acesso. A missão, em grupo, favorece os contatos e aumenta a possibilidade de negócios”, disse Miguel Jorge à Agência Brasil. “O objetivo é abrir oportunidades, mostrar para eles [iranianos, egípcios e libaneses] a produção brasileira e ampliar as chances de exportação.”
Para a visita empresarial, o ministro escolheu representantes de praticamente todos os setores de produção, mas deu prioridade às áreas definidas pelos governos e empresários de cada país. Por isso, na viagem há mais empresários dos setores de alimentos, como carne, frutas e bebidas, como os sucos artificiais.
Há também representantes de setores como construção civil, metais não ferrosos, produtos de cerâmica, obras de pedras, máquinas e equipamentos (produtos siderúrgicos, metalúrgicos, equipamentos médico-hospitalares e equipamentos para exploração mineral, construção e agricultura), veículos automotores (autopeças e ônibus), infraestrutura e aeronáutica.
A viagem dos empresários começa em Teerã (Irã), de 11 a 13 de abril, depois segue para o Cairo (Egito),de 14 a 15, encerrando em Beirute (Líbano) até o dia 16. Nos três locais serão realizados encontros bilaterais e reuniões.