Dos dez vereadores atuais, apenas dois não concorrerão a uma vaga na Câmara Municipal novamente. Ângelo Guerreiro (PSD), que disputará o cargo de prefeito, e Fernando Milan (PMDB), que não irá tentar a reeleição. A não participação no pleito, segundo ele, deve-se a uma decisão pessoal em razão da necessidade de se dedicar um pouco mais à sua família.
Milan disse que adora política, mas entende que já deu a sua parcela de contribuição como vereador. Ele afirmou que para desenvolver boas ações não é preciso estar ocupando cargos públicos. Apesar de não ser contra, o parlamentar entende que não existe a necessidade de reeleição para vereador. “No Executivo, acho que até deve ter, porque às vezes não foi possível concluir todas as ações e projetos em andamento”, frisou.
De acordo com o parlamentar houve uma solicitação do partido para que ele completasse a chapa de candidatos a vereador do PMDB, entretanto, sua família pediu que se afastasse da política para cuidar mais de sua saúde. “Já expliquei ao partido que a decisão é uma questão familiar. Sou diabético e preciso cuidar mais da minha saúde. Já fiz um compromisso com a minha família e não sou de voltar atrás”, disse.
Milan saiu candidato a vereador em três ocasiões. Foi eleito apenas em 2008, quando recebeu 1.862 votos. Ele afirmou que já matou a vontade de ser político. Contudo, adiantou que continuará fazendo política junto aos amigos e ao partido.
PRESIDENTE
Fernando Milan foi presidente da Câmara Municipal no biênio 2009/2010. Ele administrou o Legislativo com “mãos de ferro”, tanto que foi criticado por alguns parlamentares por acabar com a chamada verba paletó e controlar gastos, como uso de telefone e controlar a frequência dos funcionários e assessores no Legislativo.
Milan disse que a experiência como presidente foi positiva, já que pôde mostrar o trabalho que entende ser o correto. Nesse período, ele cortou as gratificações dos vereadores, a verba indenizatória, manteve o pagamento dos funcionários e os impostos da Casa em dia, e ainda pôde devolver ao Executivo a sobra do duodécimo no valor de R$ 3,6 milhões, nos dois anos em que presidiu a Câmara.
Ao ser questionado se essa deveria ser a postura de quem administra o Legislativo, ele disse que cada um administra da maneira que acha mais correta. “Entendo que o vereador precisa ter estrutura para desenvolver o seu trabalho, mas não pode cometer excessos”, destacou.
Milan tem o saudoso senador Ramez Tebet como exemplo de político, e disse que cumpriu sua palavra com ele. “Nada paga o que ele fez por mim. Não digo nem em relação a favores, mas com experiência de vida e ensinamento”, frisou.
PROJETO
Desde o início do seu mandato, Fernando Milan apresentou 12 projetos de lei. Entre eles, o que proíbe fumar em locais públicos; o que proíbe o uso de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais; o que determina a divulgação da lista de remédios disponíveis na rede pública no site oficial do município; o que cria a semana municipal sobre os malefícios do crack, além do que dispõe sobre regulamentação de compra e venda de cobre nos ferros velhos, entre outros.
Nesses três anos e meio à frente do Legislativo, o vereador apresentou 230 indicações; 43 moções de congratulação; 12 requerimentos e 90 ofícios foram encaminhados.