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MP quer afastamento de vereadores que recebiam propina

Em Dourados, nove dos 12 vereadores foram presos

O MPE (Ministério Público Estadual) vai pedir afastamento dos vereadores de Dourados envolvidos no esquema de pagamento de propina denunciado na Operação Uragano (furacão em italiano), realizada pela PF (Polícia Federal) na última quarta-feira.

De acordo com o promotor Paulo César Zeni, estão sendo preparadas diversas denúncias, que serão apresentadas à justiça após o feriado. Dentre as ações, está o pedido de afastamento dos vereadores. Desta forma, caso o pedido seja aceito, os suplentes assumirão os cargos.

Em Dourados, nove dos 12 vereadores foram presos. Ao todo, 11 devem responder por participação no esquema de recebimento de propina. A PF prendeu os vereadores Sidlei Alves (DEM), presidente da Câmara, Aurélio Bonatto (PDT), Edvaldo Moreira (PDT), Humberto Teixeira Júnior (PDT), José Carlos Cimatti (PSB), Zezinho da Farmácia (PSDB), Júlio Artuzi (PRB), Marcelo Barros (DEM) e Paulo Henrique Bambu (DEM). Já os vereadores Gino Ferreira (DEM) e Dirceu Longhi (PT) foram indiciados. Apenas a vereadora Délia Razuk (PMDB) não foi citada no esquema.

A pedido do MPE, a justiça decretou prisão preventiva dos vereadores Sidlei Alves, Edvaldo Moreira e Humberto Teixeira. Os demais parlamentares foram soltos.

Expectativa
O promotor Paulo Zeni não detalha quantos afastamentos serão pedidos, porque ainda avalia as informações para oferecer as denúncias. Ele também aguarda a conclusão do inquérito, pois a CGU (Controladoria Geral da União) ainda está analisando os contratos da prefeitura de Dourados.

Diversos vídeos mostram o prefeito afastado Ari Artuzi (PDT), a primeira-dama Maria Artuzi e vereadores recebendo propina. De hospital a transporte, as licitações eram direcionadas para empresas “amigas”, que pagavam comissão. Conforme a denúncia, o dinheiro da corrupção alimentava o pagamento de um mensalinho aos vereadores, caixa de campanha e compra de bens pessoais ao prefeito.

Autor da denúncia, o secretário de governo, Eleandro Passaia, afirmou em entrevista ao Fantástico (Globo) que cada vereador recebia R$ 170 mil/mês para participar do esquema.