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Investigação

MPF pede quebra de sigilo bancário de candidato a prefeito de Inocência

Euclides Teodoro de Campos - auditor fiscal aposentado - é suspeito de enriquecimento ilícito

Euclides Teodoro de Campos é suspeito por enriquecimento ilícito - Sônia Ezídio/FolhaIntegração
Euclides Teodoro de Campos é suspeito por enriquecimento ilícito - Sônia Ezídio/FolhaIntegração

Uma investigação do Ministério Público Federal (MPF), iniciada em abril de 2014, pode atingir o auditor fiscal aposentado da Receita Federal, Euclides Teodoro de Campos, candidato a prefeito de Inocência (MS). Um inquérito que apura suspeita de enriquecimento ilícito de Euclides (PMDB), com pedido de quebra de sigilo bancário, foi enviado, em agosto, pela procuradora da República no Estado de São Paulo, Thamea Danelon Valiengo, à Justiça Federal em Três Lagoas (MS). 

Decisão da juíza substituta Alessandra Pinheiro de Jesus determina depoimento de Euclides, por carta precatória, em Inocência. O caso segue em segredo de Justiça e não há informação se o candidato e outras pessoas envolvidas – incluindo a mulher e três filhos – já foram ouvidos.

A reportagem teve acesso à denúncia do MPF, desde o pedido de quebra de sigilo bancário até uma lista de bens que teriam sido adquiridos por Euclides Teodoro em sociedade com outro auditor aposentado da Receita e de quatro empresas de assessoria contábil, administração, estacionamento e empreendimentos imobiliários – todas ligadas a parentes do candidato.

As suspeitas surgiram após cruzamento de dados pela Receita Federal, feita pela Comissão de Procedimento Administrativo do órgão, em 2015. 

Na denúncia, o MPF aponta que o grupo teria movimentado dinheiro em valor superior à renda obtida com negócios particulares e adquirido bens e gado, em sociedade cruzada, em valor superior a R$ 74 milhões, e aponta possível envolvimento do grupo em crimes de corrupção ativa e passiva e enriquecimento ilícito. A reportagem não conseguiu apurar o ano em que Euclides e o sócio teriam se aposentado.

Um dos bens seria uma fazenda chamada de Rio Vermelho – nome usado pela Receita Federal e o MPF numa operação para investigação das suspeitas, por meio de uma força-tarefa.  

O MPF pede a quebra de sigilo bancário de familiares de Euclides, de sócios e um antigo dono de uma fazenda de Chapadão do Sul (MS), que agora pertenceria ao político.

OUTRO LADO

A reportagem procurou o candidato para falar das suspeitas do Minsitério Público e da Receita Federal, mas Euclides Teodoro de Campos não foi localizado. O coordenador da campanha eleitoral do candidato, Wilson Mariano, disse que Euclides estaria "percorrendo os bairros" da cidade para divulgar a realização de um comício na noite desta terça-feira. Mariano disse que não faria comentário sobre a suspeita por desconhecer o assunto. Um advogado que identificou-se apenas por Paulo – que seria responsável pela prestação de contas da campanha eleitoral de Euclides – disse desconhecer as acusações. Celulares do candidato, sua mulher e de um dos filhos não atenderam. Uma secretária disse que não poderia dar informações. Euclides Teodoro tambpem foi procurado nesta quarta-feira (14), mas não quis dar entrevista.

 

*Reportagem atualizada em 14/09, às 11h09 (Brasília).