Em pouco tempo, moradores, produtores rurais, empresários e trabalhadores de segmentos da economia do Estado de diversos municípios serão contemplados com rodovias pavimentadas e reabilitadas. Por meio de investimentos em infraestrutura logística do Programa de Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul (PDE/MS), financiados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o governo estadual abre caminhos para a chegada do progresso e desenvolvimento econômico.
O governo do Estado assinou contrato de empréstimo com o Bird no mês passado no valor de US$ 300 milhões com a contrapartida de US$ 75 milhões do Estado. Os investimentos vão custear a pavimentação e recuperação do asfalto de cerca de 1700 quilômetros de rodovia estaduais, contornos rodoviários e acessos urbanos. As obras devem gerar impacto direto em 19 municípios e vão mudar o cenário de Mato Grosso do Sul como, por exemplo, em cidades da região norte, como Camapuã, Figueirão, passando pelo Patrimônio de Pontinha do Coxo. Há décadas os moradores desta região sonham em trocar os mais de 100 quilômetros de chão por uma rodovia nova, pavimentada.
A primeira etapa de obras em diversas rodovias será executada com os recursos vindos diretamente do Bird. Os serviços representarão cerca de 800 km de rodovias nessa etapa, somando-se novas implantações de asfalto e recuperações.
As ordens de serviço para as primeiras obras de pavimentação do programa financiado com recursos do Bird também já foram autorizadas. No dia 20 de setembro, prefeitos das cidades de Angélica, Camapuã, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Douradina, Figueirão, Inocência, Paranaíba e Três Lagoas participaram de uma reunião com o secretário de Obras Públicas (Seop), Wilson Cabral, em que foi autorizado o início imediato das obras da pavimentação da MS-436, na ligação Camapuã-Figueirão; MS-306, trecho Gaúcho Pobre-Cantina; MS-112, entre Três Lagoas e Inocência e MS-274, de Angélica ao Distrito de Ipezal. Esse conjunto de obras totaliza 280 quilômetros de asfalto e já iniciaram.
Desenvolvimento
“Há muito tempo a população tanto de Camapuã, quanto de Figueirão sonha com essa obra que vai ligar com a região Norte, que vai propiciar aos nossos produtores rurais investir mais em suas propriedades”, diz o prefeito de Camapuã, Marcelo Pimentel Duailibi. Conforme o administrador municipal, a falta de asfalto faz com que a movimentação de produção faça desvio por estradas asfaltadas, perspectiva que muda com a pavimentação. “A nossa expectativa agora é de canalizar o transporte pelo nosso município, fazer o aproveitamento do produto da nossa terra”, completa.
Na outra ponta, em Figueirão, a expectativa também é grande pela ligação asfáltica. “Economicamente vai nos viabilizar muito. Nosso município tem hoje praticamente 100% da produção na pecuária. Se o boi, que pode andar a pé não está conseguido sair, quem dirá o grão”, diz o prefeito Getúlio Barbosa. “Agora, com a estrada, já tem planos de investir em lavoura também”, diz. Segundo Barbosa, a expectativa de melhoria já tem resultado em aumento demográfico na cidade, que antes recebia em torno de duas a três famílias por mês e agora recebe essa quantidade por semana. “É o desenvolvimento que já está chegando”, acredita.
Com 107,8 km, a rodovia MS-112, na região do Bolsão, também começa a ser pavimentada. Ordens de serviço para duas frentes de obra foram assinadas, uma de Três Lagoas (BR-158) a MS-444, e outra da MS-444 até a MS-377. As grandes empresas do setor industrial também vão se beneficiar com a pavimentação da MS-112, como explica a prefeita Márcia Moura. “Nós temos a maior indústria de papel e celulose do mundo, que é a Fibria/International Paper, entretanto, onde elas têm a maior parte das fazendas de sua propriedade, ou arrendadas, ainda não tinha estrada”, cita. Com os investimentos a cidade se tornará mais competitiva. “Três Lagoas tem uma logística muito boa. E isso melhora ainda mais quando você tem a natureza que ajuda, o comprometimento do poder público, as parcerias, os incentivos que auxiliam o empreendedor, a energia em abundância e a perspectiva de incrementar os diversos modais de transporte”, finaliza.
Reabilitação
As primeiras ordens de serviço para obras de reabilitação de rodovias estaduais também já foram autorizadas, no último dia 22. Serão aplicados recursos de mais de R$ 160 milhões contraídos pelo Estado com o Bird. A primeira etapa das obras de reabilitação compreende as rodovias da MS-141, entre os municípios de Naviraí, Ivinhema e Angélica; MS-145, no entroncamento da MS-276 com a BR-267; MS-276 na ligação dos municípios de Indápolis a Deodápolis; MS-306, no trecho Cantina-ChapadãodoSul–Cassilândia, além da MS-377, entre o entroncamento da BR-262 com a MS-112 (Inocência), num total de 515,42 quilômetros. Os trabalhos já começaram e têm prazos de conclusão entre oito e 15 meses.
Através da recuperação da MS-141 as cidades de Naviraí, Ivinhema e Angélica também entram no rol dos municípios que ganham uma nova rodovia. “É uma rodovia importante, a mais importante da nossa ligação com São Paulo. Com este recapeamento vai se preservar a base da rodovia. Com certeza é uma obra que veio em um bom momento”, afirma o prefeito de Naviraí, Zelmo de Brida.
Oportunidade de crescimento econômico é o principal foco da nova MS-112 para a região de Inocência, como afirma o prefeito do município, Antônio Ângelo Garcia Santos. Para ele, além de melhorar o transporte e dar vazão à produção local, a rodovia poderá ser ponto positivo para atrair indústrias por conta da melhora logística. “Esta obra significa uma redenção para o nosso município. É um sonho de mais de 50 anos”, ressalta o prefeito.
O governador André Puccinelli afirma que o investimento que será feito através do programa em infraestrutura vai impactar positivamente na produção de alimentos e oferecer a Mato Grosso do Sul condições de usar melhor os diversos meios de transporte. “O governo pretende desenvolver a integração das modalidades, para Mato Grosso do Sul se tornar mais competitivo nos mercados interno e externo”, destaca.