Mato Grosso do Sul chega no auge dos seus 44 anos como uma potência na celulose, e mais maturidade na produção de alimentos, embora esteja precisando de planejamento sobre os rumos da economia, melhoria de logística, mais ações de sustentabilidade e busca de novas tecnologias.
A avaliação é do economista Normann Kalmus, que destaca que apesar de toda a evolução da industrialização, o Estado ainda é mais forte no setor terciário, ou seja, nos serviços. “O setor terciário distribui a renda em Mato Grosso do Sul. A industrialização é um grande negócio mas para nós não é um grande problema. Aqui o setor que se destaca é o terciário. Temos uma boa industrialização na Costa Leste, em Três Lagoas, em função do maciço florestal. Isso é muito importante em termos de representação não só na arrecadação, como na geração de emprego”, salienta.
Apesar da industrialização ter avançado, Kalmus destaca que, em linhas gerais, o setor terciário faz a diferença. Com isso, temos potencial para ser um grande centro de distribuição logística na América do Sul. “Vemos em Mato Grosso do Sul uma situação não estabelecida de tecnologia sendo aplicada no agronegócio que é o setor primário. Mas temos uma tendência natural em um posicionamento geográfico importante para ser um hub logístico. Vamos ver nosso desenvolvimento nesta área muito grande neste segmento em função da inclusão do estado nas cadeias produtivas”, enfatiza.
Mais jovem
Mato Grosso do Sul completa mais de quatro décadas mantendo o posto de segundo Estado mais jovem do país, só perde para Tocantins, criado com apenas dez anos de diferença. Em 11 de outubro de 1977 o então presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar nº 31 dividindo Mato Grosso e criando o estado de Mato Grosso do Sul.
Com a divisão, 55 cidades ficaram do lado do novo estado, e ao longo de 44 anos de história outros 24 municípios foram criados e desde então contribuem para o potencial desenvolvimento do Estado com suas particularidades.
Três anos após a divisão, nove municípios foram criados ao longo de 1980. São eles: Costa Rica, Douradina, Bodoquena, Itaquiraí, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sete Quedas, Tacuru e Taquarussu. Cinco anos depois foi a vez de Coronel Sapucaia se tornar município.
Em 1987 foram publicadas as leis que criaram os municípios de Dois Irmãos do Buriti, Juti, Santa Rita do Pardo, Vicentina e Chapadão do Sul. Sendo esta última, consolidada no agronegócio brasileiro. Já Sonora e Paranhos, se tornaram município em 88 e 89, respectivamente. Entre os potenciais da cidade de Sonora está a agroindústria e o turismo de eventos.
Já na década de 90, cinco cidades foram criadas sendo Nova Alvorada do Sul em 1991, e Alcinópolis, Japorã, Laguna Carapã, e Novo Horizonte do Sul em 1992.
Figueirão e Paraíso das Águas são as caçulinhas do MS e se tornaram município em 2003. Vale lembrar que Paraíso, passou por um período de impasse judicial movido por Água Clara, mas decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009 foi favorável e deu fim à polêmica que envolvia a 79ª cidade sul-mato-grossenses.
A divisão
O Estado de Mato Grosso do Sul nasceu em 11 de outubro de 1977, após divisão do Estado de Mato Grosso. Porém, a instalação do Estado só se deu em 1º de janeiro de 1979, quando passou efetivamente a ser uma unidade da federação. Assim, entre tantas medidas, institui-se o hino, a bandeira e os símbolos de identificação do Estado.
Antes de se estabelecer como um novo Estado, Mato Grosso do Sul possuía duas bandeiras não-oficiais: uma verde com uma faixa branca horizontal ao meio, onde se lia “Mato Grosso do Sul” em letras pretas. E outra toda azul, também com uma faixa horizontal branca no centro, com os escritos “Estado de Campo Grande”, que era um nome alternativo para Mato Grosso do Sul. Além de cinco estrelas brancas no canto superior esquerdo, que representavam a constelação Cruzeiro do Sul.
E após a oficialização do Estado no dia 1 de janeiro de 1979, um dos primeiros atos do então governador Harry Amorim Costa (Arena), foi definir a nova bandeira de Mato Grosso do Sul: retangular e dividida em três partes por uma faixa branca na diagonal, sendo que a parte de cima é verde, e a de baixo azul celeste, com uma estrela amarela de cinco pontas.