Nos últimos anos, um problema silencioso tem afligido a comunidade policial no estado de Mato Grosso do Sul.
O suicídio entre os policiais tem se tornado uma triste realidade que preocupa tanto as autoridades quanto a sociedade em geral. Enfrentar as complexidades e desafios do trabalho policial é uma tarefa árdua. Muitas vezes, esses homens e mulheres são expostos a situações traumáticas, pressões constantes e longas horas de trabalho, tudo isso enquanto lidam com a responsabilidade de manter a ordem e a segurança da comunidade.
Infelizmente, esses fatores estão levando a um aumento alarmante nos casos de suicídio entre os policiais. De acordo com o anuário de segurança pública, 82 policiais cometeram suicídio no brasil em 2022. No cenário estadual, quatro policiais, dois militares e dois civis ceifaram a própria vida. Tendo a maior taxa do brasil, pelo segundo ano consecutivo, com 0,6 a cada mil policiais da ativa.
O psiquiatra e professor, José Carlos Rosa Pires aponta que o cenário é muito preocupante para os agentes de segurança pública. "O cenário é muito triste. São ageentes que dependem de um reconhecimento maior. Não só econômico, mas também da sua importância junto a população. E muitas vezes são vítimas dessa falta de reconhecimento. Existe também uma falta de estratégias de planejamento contra o stress do dia-a-dia, e acabam com o desgosto pela vida", apontou o psiquiatra.
José Carlos Pires foi um dos palestrantes do seminário sobre a saúde mental e qualidade de vida na segurança pública, que ocorreu ontem. O psiquiatra enfatizou que falar sobre o assunto é essencial para conscientizar a todos sobre o assunto. "O seminário é importantíssimo e essencial. Nunca é tarde pra começar, mas demorou. Não dá mais pra esperar pra fazermos algo de diferente para os trabalhadores da segurança pública".
O seminário foi promovido pela ASPRA-MS, a Associação de Praças da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul. O presidente da ASPRA, Claudio Benites da Silva comentou que não existe acompanhamento psicológico obrigatório dentro das corporações. "Existe alguns procedimentos iniciais. É feita uma avaliação psicológica para entrar na carreira. Também existe uma prática onde todo policial tenha ocorrência que utiliza a arma de fogo, o policial passa por uma avaliação psicológica. Mas não há uma obrigatoriedade dos demais policiais serem submetidos a avaliações psicológica rotineiramente", enfatizou o presidente.
Cláudio apontou que a associação pretende realizar mais seminários para que possam discutir políticas públicas sobre o assunto. "Foi o primeiro seminário que realizamos, propondo uma discussão acerca do tema. Posteriomente, tentaremos realizar um seminário para que a gente possa discutir políticas públicas. Esse primeiro momento temos como objetivo informar os militares sobre a necessidade de estratégias para minimzar os fatores de riscos que levam ao suicidío".