Mulheres podem decidir eleição em Três Lagoas

Apesar de serem minoria entre os candidatos que participam do processo eleitoral, as mulheres podem decidir a eleição em Três Lagoas, bem como no Estado, já que são maioria entre os eleitores. Em mato Grosso do Sul, existem 1.774.253 eleitores. Desses, 912.085 são do sexo feminino e 862.168, do sexo masculino. Em Três Lagoas, dos 69.822 eleitores aptos a irem às urnas, 36.439 são mulheres e 33.383 são homens.

Embora maioria e com o poder de decisão em mãos, são poucas as mulheres que participam ativamente da política e colocam seus nomes para concorrer a cargos eletivos. Em Três Lagoas, por exemplo, os partidos políticos encontraram dificuldades para lançar candidatas à vereadora. Por essa razão, são obrigados a deixarem os espaços que são destinados à minoria nas chapas sem preencher. Entretanto, tem sido realizada uma campanha no Brasil a fim de que os promotores eleitorais impugnem os registros de candidaturas das coligações que não respeitarem os 30% das vagas destinadas às mulheres.

Para a vice-governadora, Simone Tebet (PMDB), uma das principais lideranças políticas do Estado, a pouca participação das mulheres na política em Três Lagoas é um reflexo da realidade da participação política da mulher. Ela destacou que o direito a voto é algo relativamente recente – cerca de 80 anos. O reconhecimento da sociedade de que homens e mulheres são iguais só começou a ter mais força após a Constituição de 88. Somente o tempo irá mostrar que nós temos capacidade de sermos, com trabalho e ética, Comentou.

Apesar de a legislação garantir que 30% de vagas sejam destinadas ao sexo minoritário, a vice-governadora afirmou que os partidos buscam mulheres simplesmente para preencher estas cotas. “O que eu vejo é que falta para a maioria dos partidos no Brasil, principalmente na maioria dos estados e municípios à vontade, dos dirigentes, que são predominantemente homens, de buscarem mulheres que tenham o perfil e condições de ganhar uma eleição, ocupando o poder”, salientou.

Simone Tebet lembrou que o Brasil, de forma inédita, elegeu uma mulher presidente da República. Para ela, esse é um grande avanço. Destacou ainda que Três Lagoas também elegeu a primeira mulher para prefeita há oito anos, e atualmente tem uma prefeita no cargo. Entretanto, de acordo com ela, não é possível ver essa evolução na maioria dos municípios brasileiros. “A política ainda é tradicionalmente um mundo masculino. Mas isso vai mudar. Gradativamente, de forma lenta, mas vai. É a minha esperança”, ressaltou a vice-governadora.