A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, se comprometeu hoje (30) a manter os avanços obtidos pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva, mas também a corrigir possíveis erros cometidos pelos dois governantes. A afirmação foi feita durante uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
A candidata do PV disse que considera fundamental integrar conquistas de outros governos e, dentre essas conquistas, ela citou o Plano Real, do PSDB, e os avanços na área social no governo Lula. Marina lembrou que, na verdade, essas são conquistas da sociedade e que é natural que os cidadãos queiram mantê-las.
“O amadurecimento político de uma candidatura comprometida com a sociedade nos faz assumir o compromisso de manter as conquistas. Mas não podemos, em nome das conquistas, ter uma atitude complacente com os erros. Não sou oposição por oposição, nem situação por situação, eu sou a sucessão. A sucessão para integrar as conquistas, corrigir os erros e estabelecer novos avanços, inclusive na política”, afirmou.
A candidata se disse confiante de que estará no segundo turno das eleições e que sua candidatura é a mais viável. Ela voltou a dizer que a “onda verde” é maior do que mostram as pesquisas de intenção de voto, as quais a colocam em terceiro lugar.
Marina disse que, no segundo turno, terá mais chances de debater temas como educação, segurança pública, meio ambiente e saneamento, já que terá um tempo maior na propaganda eleitoral. Segundo ela, o tempo de um minuto e 20 segundos destinado a ela no primeiro turno foi insuficiente.
A candidata do PV também firmou sua posição contrária ao aborto e disse que, caso a sociedade deseje mudar as leis, deverá recorrer ao Congresso Nacional e, posteriormente, a um plebiscito. Marina Silva disse que o assunto não compete ao Poder Executivo e que nunca afirmou que convocaria qualquer plebiscito para discutir o tema.
Sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) relativo à necessidade de apresentação do título de eleitor e de documento original com foto, tal como a identidade, na hora da votação, Marina disse que esse assunto precisa ser decidido pela Justiça. Mas ela acredita que o tempo dado ao eleitor para se adequar à nova regra foi pouco.
“As pessoas mais humildes, que trabalham o dia todo, já têm um modus operandi de como é o processo eleitoral. E talvez não tenham se preparado. Não é justo que sejam frustradas de escolher seus representantes”, disse a candidata do PV.
Marina também destacou sua história de vida e disse que precisaria arrumar um tempo para visitar a senadora Heloísa Helena, que, segundo a candidata do PV, estaria sendo vítima de forças retrógradas da política em Alagoas.