O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira (23) que o governo federal não tem condições de promover o reajuste do salário mínimo para R$ 580 a partir de janeiro de 2011, com pagamento em fevereiro, conforme pedido das centrais sindicais.
"Queremos manter o critério da lei, que geraria uma correção para R$ 540", disse ele a jornalistas, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 510.
Pelo critério atual, defendido pelo ministro do Planejamento, a correção do salário mínimo em 2011 se dará com base no crescimento do PIB de dois anos atrás, no caso 2009 (quando o PIB recuou 0,2%) e a inflação do ano anterior (2010), medida pelo INPC. Pelo formato, o salário mínimo subiria para cerca de R$ 538, mas Bernardo está arredondando o valor para R$ 540.
O ministro do Planejamento chegou a classificar de "casuísmo" a mudança no formato do cálculo neste momento, pleiteada pelos sindicatos. As centrais sindicais reclamam que, como o PIB recuou em 2009, o reajuste do salário mínimo em 2011 será menor do que nos anos anteriores.
"Se houver mudança de critério, vamos discutir [o valor do salário mínimo]", disse. Ele confirmou que a presidente eleita, Dilma Rousseff, será consultada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por propor o valor do salário mínimo de 2011 ao Congresso Nacional.