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Negociação climática gera oportunidade econômica, diz Clinton

Ex-presidente norte-americano afirma que cúpula precisa definir medidas para o controle da mudança climática

O ex-presidente dos EUA Bill Clinton disse na segunda-feira, 7, que a busca por um novo acordo climático global deve ser encarada como uma oportunidade econômica, e não como "uma dose de óleo de rícino que se tem de engolir". 

Clinton, que como presidente apoiou a adoção do Protocolo de Kyoto, que prevê redução de emissões de gases do efeito estufa nos países desenvolvidos até 2012, afirmou à Reuters que a atual reunião da ONU em Copenhague precisa definir novas medidas para o controle da mudança climática, sob pena de que o atual impulso se perca.

O Protocolo de Kyoto, do qual os EUA saíram no começo do governo de George W. Bush, sucessor de Clinton, expira em 2012, e a reunião de Copenhague serve para ao menos começar a definir as linhas gerais de um tratado subsequente.

O evento de Copenhague, que reúne 190 países, começou na segunda-feira e vai até 18 de dezembro. 

"Estou preocupado com Copenhague, mas vamos ser obrigados pelas circunstâncias a fazermos o que precisamos fazer," disse Clinton, que depois de deixar o cargo, em 2001, criou a chamada Iniciativa Climática Clinton.

 "Não podemos saber com precisão quando as piores coisas irão acontecer, e nesse ambiente em que não há segurança sobre o presidente é fácil chutar a lata estrada abaixo. É um perigo real," disse ele.

Clinton disse que, dos 44 países ricos obrigados pelo Protocolo de Kyoto a reduzir suas emissões, apenas quatro devem atingir suas metas até 201 – Grã-Bretanha, Suécia, Alemanha e Dinamarca.

Ele lembrou que, até serem atingidos pela crise econômica, esses países não estavam ficando para trás das demais nações desenvolvidas em termos de criação de empregos e empresas ou desigualdade de renda.

"Só espero que as pessoas em Copenhague não percam de vista o fato de que há oportunidades econômicas por aí", disse Clinton. "Isso está sendo vendido como uma dose de óleo de rícino que se tem de engolir, e não é verdade."