Um palanque contando com dois ex-governadores, André Puccinelli (MDB) e Zeca do PT, pedindo votos para Lula como presidente. O cenário almejado por muitos não irá se concretizar nestas eleições, já que o próprio Zeca do PT se recusa a dividir o espaço com André.
Em entrevista ao vivo ao Jornal CBN Campo Grande nesta sexta-feira (13), Zeca reforçou articulação já revelada anteriormente pela reportagem de que André pode se aliar ao PT e dividir com Lula o palanque em Mato Grosso do Sul.
Ele frisa que não fará nenhuma objeção ao pacto, se ele for confirmado, mas ainda assim demonstra contrariedade ao mesmo. "Eventualmente, em função dos acordos do diretório nacional com o MDB, se tiver que abrir para o André, sem problema nenhum. Mas no palanque eu não subo. Vou continuar no cchão, fazendo minha campanha e a do Lula", dispara.
Zeca é pré-candidato a deputado estadual após ter desistido de disputar o Governo do Estado. A situação foi explicada por ele também durante o Jornal CBN Campo Grande, onde destaca a necessidade de ter entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões para tocar uma campanha.
Contudo, não só André pode se aliar ao PT em Mato Grosso do Sul. Outro que pode fechar acordo ainda é o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Essa situação ainda é vista como distante, já que Marquinhos rechaça tal aliança, ao contrário de seus irmãos.
"Se Lula trabalha aliança com o PSD já para esse primeiro turno, evidentemente temos que ser generosos e não ter a petulância de que somos donos de tudo, temos que discutir com partidos aliados. A questão fundamental é que tem que assumir a candidatura de Lula", explica.
O ex-governador completa ainda as pré-candidaturas de Rose Modesto (União Brasil) e Eduardo Riedel (PSDB) não são viáveis pois já assumiram o lado bolsonarista. "Acho um equívoco", destacou o cacique petista ao falar da escolha de Riedel, a quem ele disse gostar muito, assim como elogiou o governador Reinaldo Azambuja e a gestão tucana.
"Resta na possibilidade das negociações, que não são minhas, são da direção estadual orientada pela nacional, conversar com o Marquinhos, que a princípio nos rejeita, e com o Puccinelli, que me parece ter pedido audiencia com a direção nacional do PT", revela.
ELOGIOS
Zeca aproveitou ainda para fazer elogios a pré-candidata do partido ao Governo do Estado, a advogada Giselle Marques, afirmando concordar com a "inteligente escolha". "Ela é uma belíssima figura, mulher preparada, militante de causas populares. O PT segue trabalhando a candidatura da Giselle sem abrir mão da orientação da nacional".
No caso, o diretório petista em Brasília (DF) quer um candidato com mais musculatura política, fortalecendo assim também a campanha de Lula no Estado. Daí, mesmo com a continuidade da pré-candidatura próprio, o partido negocia com outros nomes.
Um dos interlocutores dessa negociação é Fabio Trad, deputado federal pelo PSD e irmão de Marquinhos. Fabio também foi alvo de elogios diversos. "Tenho profunda admitiração por uma figura da família [Trad] que é o Fabio. Figura extraordinariamente grande. Tenho por ele admiração", conclui Zeca em sua entrevista à CBN Campo Grande.