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Palocci tem patrimônio multiplicado 20 vezes e oposição quer explicação

Segundo jornal, ministro comprou apartamento de R$ 6,6 milhões

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, teve um aumento de patrimônio de 20 vezes entre 2006 e 2010, quando ele era deputado federal, eleito pelo PT de São Paulo, aponta reportagem do jornal "Folha de S.Paulo". Os partidos de oposição cobram explicações do ministro-chefe da Casa Civil.

O apartamento de luxo citado na reportagem fica em um prédio, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. A edição de domingo (15) do jornal destaca que, em quatro anos, Palocci multiplicou seu patrimônio por 20 e que o apartamento, comprado por R$ 6,6 milhões, foi registrado em nome de uma empresa de Palocci em novembro de 2010.

Ainda segundo o jornal, um ano antes, Palocci comprou um escritório na cidade por R$ 882 mil. O imóvel, segundo a reportagem, também foi registrado em nome de uma empresa na qual Palocci possui 99,9% do capital.

Em 2006, quando se elegeu deputado federal, Antônio Palocci declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Nos quatro anos como deputado, ele recebeu um pouco menos de um R$ 1 milhão em salários. Valor abaixo do preço pago pelo escritório e pelo apartamento de quatro suítes, de acordo com a reportagem.

Segundo o jornal, a empresa foi criada como consultoria em 2006 e virou administradora de imóveis dois dias antes de Palocci ser nomeado ministro-chefe da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff.

A assessoria do ministro da Casa Civil divulgou uma nota sobre a reportagem, dizendo que a evolução patrimonial de Antonio Palocci como pessoa física, consta de sua declaração de renda. O texto esclarece que as atividades da empresa eram de consultoria econômico-financeira e foram encerradas em dezembro por força da função ministerial a que Palocci se dedica hoje. E que o objeto social foi alterado, respeitando o código de ética pública, para evitar conflito de interesse com o exercício do cargo de ministro.

Por isso, diz a nota, a empresa passou a ter como única finalidade a administração dos dois imóveis do ministro em São Paulo. Antes, a empresa, diz a nota, prestou serviços para clientes da iniciativa privada, tendo recolhido todos os tributos devidos sobre a remuneração recebida. E que o patrimônio acumulado pela empresa foi fruto de suas atividades sendo compatível com as receitas realizadas.

A nota informa ainda que as atividades da empresa, as alterações de seu contrato social e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesses foram registradas junto à comissão de ética pública da presidência da República quando da posse do ministro.

A nota da Casa Civil acrescentou que todas as informações fiscais e contábeis da empresa são regularmente enviadas à Receita Federal e que Palocci não mora no apartamento citado na reportagem.

A oposição pediu explicações ao ministro. O líder do Democratas na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, disse que o partido vai apresentar um pedido de convocação do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, à comissão de fiscalização e controle da câmara. O PPS afirmou, em nota, que vai pedir que a Receita Federal investigue e solicite esclarecimentos ao ministro. Já o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que Palloci deve explicações públicas.