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Para Tebet, maioria que sairá às ruas no domingo não será para apoiar Bolsonaro

Segundo senadora, agenda positiva vai levar brasileiro para as ruas

Simone Tebet é presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado - Roberto Castello
Simone Tebet é presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado - Roberto Castello

A senadora Simone Tebet (MDB/MS) afirmou à  reportagem da CBN que analisa com certo espanto as manifestações pró-Bolsonaro neste domingo (26) e não acredita que todos os que sairão às ruas irão com objetivo de apoiar o presidente Jair Bolsonaro.   

“Vejo esse ato com perplexidade. Sou favorável a todas as manifestações das ruas, mas acho que esse movimento  não é  muito pró-Bolsonaro. Vai ter sim os apoiadores, mas não acredito que serão maioria. Acho que o apoiador do presidente mesmo, aquele de extrema direita, não passa de 15% da população. Mas paralelo a isso temos uma agenda positiva que vai levar o brasileiro para as ruas; o combate à corrupção, a aprovação do pacote anticrime de Sério Moro. E, sim, alguns vão sair para protestar contra o Congresso”, disse.

Ainda segundo a senadora, o movimento não alcançará grandes proporções, mas o diferencial será a leitura que o presidente Jair Bolsonaro fará sobre as manifestações.
Simone Tebet também fez uma análise sobre o governo de Jair Bolsonaro e sua relação com o Congresso, e não poupou críticas ao  presidente. “Por conta das dificuldades que o presidente

Bolsonaro vem enfrentando para governar, ele tenta  colocar a culpa nas pessoas  erradas e nas instituições  erradas.  Com isso, ele despreza a classe política como um todo e consequentemente atinge a política com P maiúsculo. Ninguém vive sem política. Na   hora em que a política ficar totalmente desmoralizada – e é o que já estamos vendo -,   começaremos a ter a presença do estado paralelo dentro de estado oficial. O que eu quero dizer com isto? É a milícia, tráfico de drogas, de armas, de pessoas. São esses grupos poderosos que estão armados e com muito dinheiro e influenciando a política, seja através de lobby, através de dinheiro, e colocando pessoas [na política].

Já é possível vermos nos interiores – vereadores, deputados, prefeitos. Daqui a pouco teremos senadores, presidente da República? Isso é muito perigoso. Nos poucos países onde o estado paralelo domina, vemos o caos.