A Polícia do departamento (Estado) paraguaio de Amambay confirmou nesta terça-feira que dois brasileiros foram presos, acusados de terem participado de um atentado contra um parlamentar na segunda-feira.
O carro onde estava o senador paraguaio Robert Acevedo foi baleado na cidade de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS), e o motorista e o segurança de Acevedo morreram.
Os brasileiros Nevailton Marcos Cordeiro, que seria do Estado de São Paulo, e Eduardo da Silva, de Vitória (ES), foram presos em Pedro Juan Caballero. Eles seriam ligados, segundo a Polícia, ao grupo PCC (Primeiro Comando da Capital), o que ainda não foi confirmado.
O crime ocorreu num dos cinco departamentos onde desde sábado foi imposto o estado de exceção, determinado pelo presidente paraguaio Fernando Lugo, com soldados do Exército nas ruas.
O atentado também registrado poucos dias antes do encontro marcado para segunda-feira, em Ponta Porã, entre Lugo e o presidentes Luiz Inácio Lula da Silva.
A situação gerou preocupação entre assessores brasileiros e especula-se que a segurança possa ser reforçada durante a reunião.
O ataque
O senador Robert Acevedo, do governista Partido Liberal, viajava no seu carro, com o motorista e o segurança, quando o automóvel foi atingido por vários tiros.
O parlamentar ficou ferido e foi internado num hospital local.
"Me salvei por milagre", disse, mais tarde, à imprensa paraguaia.
Acevedo é conhecido por fazer denúncias contra grupos criminosos na região, mas, de acordo com o jornal paraguaio ABC, também é denunciado por irregularidades pelos adversários.
A polícia não vê ligação entre o crime e o estado de exceção determinado por Lugo, após seu pedido ter sido aprovado pelo Congresso Nacional, no sábado.
Especula-se que o caso de Acevedo seria isolado, mas que confirma o clima de tensão no Paraguai.
Na semana passada, outras quatro pessoas morreram no Paraguai numa emboscada, entre elas dois brasileiros, quando estariam tentando localizar, por conta própria, ladrões de gado.
O governo paraguaio atribuiu a emboscada e as mortes ao grupo armado EPP (Exército do Povo Paraguaio), um grupo rebelde de esquerda.
Foi este episódio que levou Lugo a solicitar o estado de exceção em cinco dos 17 departamentos do país. A medida vai durar por trinta dias.