O primeiro passo para criar uma frente ampla de partidos de esquerda em Mato Grosso do Sul foi dado nesta quinta-feira (21) com uma reunião entre PT, PV e PCdoB, siglas que já protocolaram o pedido de federação partidária, com representantes de PSOL e Rede, legendas que vão formar outra federação e que devem apoiar Lula nas eleições de outubro.
Durante o encontro, segundo divulgado pelos próprios partidos, foram discutidos o cenário pré-eleitoral e a viabilidade de atuação conjunta para que uma chapa única seja construída na disputa pelo Governo do Estado – por ora, o único nome posto pela esquerda em solo sul-mato-grossense é o da advogada campo-grandense Giselle Marques, de 54 anos.
A aproximação é reflexo também de uma movimentação nacional que pode agrupar todos os partidos envolvidos nessa reunião, além do PSB, em uma federação única. Mesmo sendo algo distante ainda, isso fortaleceria as chapas majoritárias e a facilitaria a formação das proporcionais – que são compostas por 25 candidatos a deputado estadual e nove a federal.
Líderes do PT, como o presidente regional Wladimir Ferreira e o deputado federal Vander Loubet, participaram da reunião, realizada na sede do partido em Campo Grande. Também compareceu o ex-vereador e presidente do PV no Estado, Marcelo Bluma.
Dois tradicionais partidos da esquerda podem compor mais adiante essa conjuntura, mesmo que não federados. Um deles, o PDT, passa por crise interna às vésperas das eleições e sofre uma intervenção da Executiva nacional. A sigla, por ora, se divide entre as pré-candidaturas de Eduardo Riedel (PSDB) e Marquinhos Trad (PSD), ambos afastados de Lula.
Já o PSB recebeu convite do PSD para aliança, mas acabou se aproximando mesmo é do PSDB – mas há uma vertente interna que prefira seguir apoiando o partido do ex-prefeito de Campo Grande. Contudo, a sigla está fechada com o PT nacionalmente, inclusive indicando o vice de Lula, o ex-tucano Geraldo Alckmin, o que pode fazer que o cenário regional ainda mude.