Os bens de cinco, dos oito vereadores, candidatos à reeleição em Três Lagoas, praticamente dobraram nos últimos quatro anos – período de uma eleição para outra. A afirmação é baseada nas declarações feitas à Justiça Eleitoral, disponíveis na página oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com informações do site, o vereador Antônio Luiz Teixeira Empke Júnior, o Tonhão, candidato pelo PMDB, possuía, em 2008, o equivalente a R$ 106 mil em bens (soma de três carros). Já para as eleições de 2012, ele declarou um patrimônio de R$ 326,1 mil: dois carros avaliados em R$ 43 mil e R$ 26 mil (financiados), uma moto no valor de R$ 2,1 mil, um terreno avaliado em R$ 75 mil (consorciado) e um imóvel comercial no Jardim Alvorada de R$ 180 mil.
Já o patrimônio do vereador Idevaldo Claudino saltou de R$ 120 mil, declarados em 2008 (valor de uma residência), para R$ 335 mil, sendo R$ 150 mil de uma casa, três terrenos de R$ 50 mil e um carro no valor de R$ 35 mil.
Na mesma linha crescente de bens, o vereador Jorge Augusto Galhardo Martinho, Jorge Martinho, do PSD, acumulou nos últimos quatro anos um patrimônio de R$ 500 mil. Nas eleições de 2008, o candidato havia declarado não possuir nenhum bem. Enquanto que, neste ano, o patrimônio declarado por Martinho foi de R$ 500 mil. Entre os bens declarados estão uma casa no valor de R$ 300 mil e disponibilidades particulares de R$ 200 mil.
O vereador Jurandir da Cunha Viana, Professor Nuna, candidato à reeleição pelo PMDB, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 750 mil. Os bens declarados pelo parlamentar constituem uma residência do tipo sobrado avaliado em R$ 400 mil e um rancho, avaliado em R$ 350 mil. Os imóveis são os mesmos declarados em 2008, quando o vereador disputou a primeira eleição. Mas, na época, eles eram avaliados em R$ 250 mil e R$ 200 mil, respectivamente, o que pode apontar uma valorização do mercado. Há quatro anos, Nuna havia declarado ainda possuir dois carros no valor de R$ 22 mil e R$ 25 mil, cada. O patrimônio do vereador naquele ano era de R$ 497 mil, no total.
A vereadora Vera Helena Arsioli Pinho, do PMDB,também teve o patrimônio ampliado nos últimos quatro anos. Em 2008, quando se candidatou à reeleição, ela havia declarado não possuir nenhum bem em seu nome. Já para essas eleições, o patrimônio da candidata soma R$ 209,8 mil. Nele, estão bens como: um terreno no Jardim Alvorada (R$ 6 mil), uma residência no Jardim Primaveril (R$ 8 mil), uma residência no Lapa (R$ 40 mil), um carro (R$ 80 mil) e uma caminhonete (60 mil).
Ainda conforme informações do STE, o único vereador candidato à reeleição que não realizou mudança no patrimônio foi o vereador Jorge Aparecido de Queiroz, o Jorginho do Gás, que disputa as eleições pelo PSDB. Em 2008, ele declarou não possuir nenhum bem, fato que se repetiu neste ano.
Já a vereadora Mariza Andrade Rocha, a Marisa Rocha, candidata pelo PSB, teve o patrimônio reduzido no último mandato. Conforme o STE, quatro depois de declarar R$ 46 mil em bens, entre eles seis terrenos, avaliados em uma média de R$ 1,8 mil a R$ 3,6 mil cada e disponibilidades de R$ 26,3 mil, a candidata informou não possuir bens a declarar.
Quem também teve o patrimônio reduzido foi vereador Celso Yamaguti, candidato à reeleição pelo DEM. À Justiça Eleitoral, ele informou possuir um patrimônio de R$ 478,9 mil. Entre os bens declarados, estão: duas glebas (doadas) no valor de R$ 160,8 mil e R$ 276 mil cada; uma moto (R$ 5 mil), um carro (R$ 17 mil) e dois terrenos no Jardim Esperança, no valor de R$ 10 mil cada. Já em 2008, quando disputou as eleições pela primeira vez, o patrimônio do candidato era de R$ 579,1 mil.
Os vereadores Fernando Milan e Ângelo Guerreiro não foram citados na reportagem por não concorrerem à reeleição.
JUSTIFICATIVAS
Por telefone, o vereador Tonhão justificou que os aumentos são fictícios, já que se trata de bens financiados. De acordo com ele, o imóvel comercial está financiado pela Caixa, o terreno está consorciado e os carros também são financiados. “Na verdade, moro com meus pais, então financiei o imóvel onde funciona a clínica, que é deles. Eu ainda fui sincero. Há candidatos que colocam valores bem abaixo do real. Por exemplo, casas que custam R$ 300 mil, ou mais, são declaradas como se valessem R$ 100 mil”. Ele disse que irá solicitar uma ratificação para que conste no STE que o imóvel comercial também está financiado.
Já o vereador Idevaldo informou que irá solicitar, através de advogado, uma ratificação da declaração de bens. Segundo o candidato, os três terrenos citados na declaração não pertencem a ele. “Foi um erro interno, e erro meu por não conferir. Estava viajando e assinei a declaração já dentro do cartório, na pressa. Esses terrenos não me pertencem. Já falei com o meu advogado para entrarmos com uma ratificação amanhã [hoje]”, disse.
Também procurada pela reportagem, a candidata Vera Helena alegou que já possuía boa parte dos bens antes das eleições de 2008, porém, nem todos estavam devidamente regularizados na época. “Na eleição passada, eu tinha apenas o contrato. Ainda não tinha as escrituras. Agora, estão com as pendências quitadas. Por isso, todos foram declarados agora”. Ela informou que a caminhonete declarada pertence ao irmão.
O vereador Jorge Martino informou ainda não tem conhecimento das declarações e que irá procurar a reportagem assim que se informar sobre o assunto. A equipe do Jornal do Povo tentou entrar em contato com o vereador Nuna, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.