O atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, assumirá a pasta das Comunicações no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. O ministro já influenciou na pasta quando, em setembro, atuou para conter uma crise nos Correios.
A indicação dele para a pasta, até então com o PMDB, dependeu de uma negociação com aquele partido. Agora, o ministério das Cidades, até então com o PR, deve ficar com os peemedebistas.
Entre os desafios que terá na pasta, Bernardo terá que tratar das concessões de rádio e TV, da implantação do Plano Nacional de Banda Larga e vai cuidar da nova lei de comunicação eletrônica.
Petista do núcleo duro do governo, Bernardo foi cotado até para substituir Erenice Guerra na Casa Civil. O ministro desfruta da credibilidade e do respeito do presidente Lula, que tem recorrido a ele quando tem nas mãos um problema para resolver. Após a vitória de Dilma, o nome de Bernardo voltou a ser cotado para a Casa Civil, mas o cargo acabou com o coordenador da campanha de Dilma Antonio Palocci.
Também nesta terça-feira (30), foi confirmada a permanência de Fernando Haddad no Ministério da Educação. Apesar de resistências dentro do PT ao nome do ministro, considerado “pouco político”, a avaliação de Lula de que ele faz um bom trabalho falou mais alto. Outro nome que surgiu nesta manhã foi o do secretário de Saúde do Rio, Sergio Cortês, para assumir o comando da área no governo de Dilma. O governador do Estado, Sérgio Cabral, confirmou o nome de Cortês, mas ressaltou que quem vai bater o martelo é a nova presidente.
Hoje, Dilma se reuniu com os presidentes da Câmara, Michel Temer – eleito vice-presidente –, do Senado, José Sarney, e o senador Renan Calheiros (AL), na Granja do Torto. Os três peemedebistas saíram da residência oficial de campo da Presidência da República sem falar com a imprensa.
O partido aliado tem seis ministérios na gestão de Lula e negocia com Dilma como será a participação no próximo governo, que terá início no próximo ano. No governo de Dilma, a legenda quer se manter em pelo menos cinco ministérios: Cidades, Minas e Energia, Agricultura, Integração Nacional e ainda uma nova pasta que reuniria as áreas de portos e o setor aéreo.
A equipe econômica foi apresentada na semana passada. Foram confirmados: no Planejamento, Miriam Belchior; na Fazenda, Guido Mantega; e no Banco Central, Alexandre Tombini. O deputado federal e ex-ministro Antonio Palocci deve ficar na Secretaria-Geral da Presidência.