O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (5) que vai recomendar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o veto à medida provisória que concede 7,72% de aumento aos aposentados que recebem mais de um salário mínimo e que prevê o fim do fator previdenciário. O texto aprovado ontem (4) pela Câmara ainda vai passar pelo Senado Federal.
O impacto com as medidas acarretará custo adicional de R$ 30 bilhões aos cofres públicos, o que o ministro considera insustentável para as contas da Previdência Social. O aumento aos aposentados e pensionistas em 7,72% vai onerar a folha em R$ 1,7 bilhão.
Ele disse, durante o lançamento do Censo 2010, que houve uma contradição na atitude dos parlamentares ao aprovarem as duas medidas no mesmo dia em que comemoravam os dez anos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
"Alguém tem que dizer à sociedade que o país precisa ter sustentabilidade em relação à Previdência Social", disse o ministro, ao justificar sua opinião contrária à aprovação das duas medidas. Para ele, vetar essas matérias "é impopular, complicado, mas é preciso ter clareza de que a vida não se resume a eleições".