O impasse do PT em São Paulo já começa a causar efeitos colaterais entre os aliados. Alheio às idas e vindas de Ciro Gomes (PSB), o PC do B decidiu lançar o vereador Netinho de Paula ao Senado. A decisão, tomada em reunião no começo da semana, já foi comunicada aos oito partidos que formam o "bloquinho de esquerda" no Estado. "Trata-se de uma decisão unânime e irreversível da direção do partido. Queremos que ele seja o candidato da frente em São Paulo. O bloco precisa se manter unido", diz Nádia Campeão, presidente estadual do PC do B.
No mesmo encontro os comunistas votaram resolução que pressiona Ciro Gomes a aceitar a candidatura ao governo paulista. Para não perder terreno, o empresário Paulo Skaf – até o momento o único pré-candidato do PSB ao Bandeirantes – visitou, na quarta-feira, a direção estadual do PC do B. Segundo os comunistas, a conversa serviu para "trocar ideias sobre a sucessão presidencial, a disputa ao governo paulista e os principais desafios do próximo governador".
Dentro do PSB também cresce a pressão para que Ciro fique em São Paulo. Principal nome dos socialistas no Estado, a deputada Luiza Erundina avisou que não subirá no palanque de Skaf, nem participará do seu programa de TV. "Seria incoerente. O Paulo Skaf não tem identificação com o partido. Ele veio só para ser candidato. Meus eleitores não entenderiam." No caso da desistência de Ciro, a deputada defende que o advogado Pedro Dallari seja o candidato da legenda. "Ele já disse que topa", diz.