A maior exposição na cobertura jornalística e na propaganda oficial para as eleições deste ano provocou mudanças importantes na imagem que os eleitores elaboram sobre os candidatos à presidência da República. Comparando-se os dados de pesquisa Datafolha realizada nos dias 23 e 24 de agosto com os resultados de levantamento feito nos dias 20 e 21 de maio deste ano, percebe-se uma evolução importante na percepção que os brasileiros têm da candidata do PT, Dilma Rousseff.
A ex-ministra de Lula passou a ser muito mais associada à competência na solução de problemas específicos e ao preparo para assumir a presidência, do que o era há três meses. Com isso, o candidato do PSDB, José Serra, perde espaço justamente nesses aspectos. No quesito capacidade para ser presidente, por exemplo, menções a Dilma como a candidata mais preparada cresceram 13 pontos percentuais. Em maio, Serra liderava o tópico, com 45% das citações contra 29% da petista. Agora, essas taxas são 38% e 42%, respectivamente.
Dilma também ultrapassa Serra como a candidata mais preparada para combater a violência e para cuidar da área da educação. No primeiro item, menções à petista passaram de 29% para 38% e ao tucano caíram de 35% para 30%. Em relação à educação, 41% julgam Dilma superior contra 31% que preferem Serra. Há três meses, essas taxas correspondiam a 32% e 34%, respectivamente.
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Quanto ao candidato mais inteligente, menções à ex-ministra subiram 11 pontos percentuais, provocando um empate técnico entre a petista e o tucano (34% e 36%, respectivamente). Além disso, Dilma conseguiu reforçar a imagem, nesse espaço de tempo, de um dos únicos atributos que liderava em maio: com um crescimento de oito pontos percentuais, ela é considera por 45% dos brasileiros a candidata que mais defenderá os pobres.
Mas, nem tudo é positivo para a petista nos resultados da pesquisa. Apesar da ex-ministra ter crescido em todos os itens incluídos no levantamento, Serra continua sendo para os leitores, o candidato mais experiente (51% contra 31%) e o mais preparado para cuidar da área da saúde (47% contra 33%). Dilma também cresceu muito em um tópico talvez desconfortável – o do autoritarismo. Menções à petista passaram de 25% em maio para 37% agora. Serra, nesse atributo caiu de 35% para 30%. O tucano, porém, continua sendo apontado pelos brasileiros como o candidato que mais defenderá os ricos (41% contra 17% de citações a Dilma).
Em relação aos demais candidatos, a única observação refere-se à Marina Silva (PV), que continua se destacando apenas em dois dos quesitos pesquisados. Consegue 14% como a candidata mais simpática e 13% como a que mais defenderá os pobres. A pesquisa Datafolha tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos
