A Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagraram na manhã desta quinta-feira (7) a terceira fase da Operação Lama Asfáltica – Aviões de Lama, nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com o objetivo de desmantelar grupo criminoso investigado que desviava recursos públicos de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas que resultou em crimes de lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, cerca de 20 policiais cumpriram três mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão de aeronaves em Campo Grande, Cuiabá e Rondonópolis, no Mato Grosso e também em Tanabi (SP). Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande – Especializada em crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e crimes contra o sistema financeiro nacional.
A Operação “Aviões de Lama – 3ª Fase da Lama Asfáltica” decorre da análise da documentação apreendida na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada “Fazendas de Lama”, que constatou elementos indicativos que os investigados estavam “dilapidando o patrimônio com a revenda de bens de alto valor e pulverizando esses montantes para diversas pessoas, a fim de ocultar a origem do dinheiro, deparando-se com a prática de novas condutas delituosas, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação, em julho de 2015”.
Segundo a PF, trata-se da alienação de aeronave no valor de R$ 2 milhões, revelando que o grupo optou por se desfazer do patrimônio para realizar a divisão do produto da venda em valores menores, como no caso, mediante a entrega de outra aeronave de R$ 350 mil, além de quatro cheques que foram destinados a quatro pessoas, operando assim, o fracionamento do patrimônio com o objetivo de dificultar o rastreamento do dinheiro obtido com a venda do avião, de sorte a realizar a mutação desses valores em pagamentos de serviços prestados, incorporando-os na economia formal.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções, prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões. A operação foi batizada de Aviões de Lama, em razão do modo de se desfazer da aeronave, já que o grupo utilizou de recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro.
Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em Campo Grande e as aeronaves apreendidas irão permanecer nas cidades onde forem localizadas.