O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), os irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, da JBS, o ex-secretário de Fazenda e ex-deputado estadual Márcio Monteiro, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e mais 20 pessoas foram denunciados à Justiça pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (14). As denúncias fazem parte das investigações da Operação Vostok, da Polícia Federal, que apura o pagamento de R$67 milhões em propina ao governador e a outros denunciados entre os anos de 2014 e 2016.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), agentes públicos garantiram ao grupo da JBS isenções fiscais em valores que ultrapassam R$209 milhões.
O esquema também teria envolvido outros governos e segundo procuradores, ocorre desde 2003. O grupo é acusado de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O MPF e pede a perda do cargo público para os que estiverem no governo, além do pagamento de indenização de R$277 milhões por danos morais.
De acordo com a denúncia, oferecida pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, Reinaldo Azambuja seria o chefe da organização criminosa, e se aproveitou do cargo para exercer tal papel. A estimativa do MPF é de que 30% dos valores que a JBS deixava de recolher eram repassados para a organização criminosa.
Para os pagamentos indevidos, de acordo com o MPF, o esquema envolvia doações eleitorais oficiais, que eram descontadas de uma conta propina da JBS, além de notas frias emitidas por pecuaristas e empresas e, ainda, através da entrega de dinheiro em espécie a emissários de Azambuja.
Em nota divulgada à imprensa, o governador Reinaldo Azambuja diz que recebeu com indignação a denúncia do MPF e que aguarda a oportunidade de ter o direito de se defender, o que, em suas palavras, ainda não lhe foi concedido. Azambuja encerra o breve texto dizendo que confia na justiça e acredita que a verdade prevalecerá.