A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) entregou ontem à Prefeitura o plano emergencial para o manejo da Lagoa Maior. O relatório define as principais ações que devem ser executadas para preservar o meio ambiente e o ecossistema da região. O documento, elaborado pelos professores doutores da instituição, recomenda a retirada dos patos e gansos da lagoa e também proíbe a pesca no local. Os estudos apontaram uma grande quantidade de piranhas – a segundo espécie mais numerosa da Lagoa Maior.
Ao receber o documento, a prefeita Márcia Moura (PMDB) disse que, antes de tomar qualquer decisão, pretende realizar uma audiência pública para ouvir a população. Entretanto, afirmou que a ideia é atender às orientações levantadas pelo estudo. Na ocasião, ela assinou convênio e entregou equipamentos de análises para a universidade elaborar o Plano de Manejo completo para as três lagoas do município.
Em relação aos patos e gansos, a professora de biologia da UFMS, Maria José Vilela, disse que eles não são naturais do sistema, pois foram introduzidos nele. Ela afirmou que esses animais contribuem para diminuir a qualidade da água da lagoa. “Os restos de alimentos que são jogados para eles apodrecem e contribuem para diminuir a oxigenação da água. As fezes e penas também são fatores negativos”, comentou. Os patos e gansos, segundo ela, pisoteiam a vegetação, o que acelera a desagregação de parte da “ilhota”. “Eles não estão destruindo a lagoa, mas não colaboram com a qualidade da água”, destacou.
PESCA
As análises apontaram também uma grande quantidade de coliformes fecais na Lagoa Maior, por isso a orientação para a proibição da pesca no local. “Isso contribui para a falta de qualidade do pescado e da própria saúde da população”, disse Maria José. Ela informou que os esgotos clandestinos que são lançados na lagoa, assim como águas pluviais que vão parar no local contribuem para o resultado desta análise. “A pesca contribui para que as pessoas joguem lixo na lagoa. Muitos vão pescar e deixam vasilhames no local, o que contribui para diminuir a oxigenação que já está muito em baixa”, frisou.
Outra questão apontada para essa proibição, segundo a bióloga da UFMS, é a quantidade de linhas de pesca existentes no local. “As linhas enroscam nas árvores e os pássaros morrem enforcados, além de representar um perigo: o anzol pode acertar a pessoa que está caminhando na pista”, ressaltou.
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