O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), ganhou carta branca do partido para articular a aliança com o PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula peemedebista decidiu antecipar sua convenção para o dia 6 de fevereiro – 12 dias antes do Congresso Nacional do PT que vai formalizar a candidatura à Presidência da ministra Dilma Rousseff – e reeleger Temer na presidência do partido. Com isso, ele será transformado em único negociador do PMDB com o PT para a escolha do candidato a vice-presidente da República na chapa petista. Ou seja: um eventual veto ao nome de Temer pelo PT terá de passar pelo próprio Temer.
"Qualquer decisão, qualquer articulação envolvendo o PMDB terá de passar pelo Temer", resumiu o senador Wellington Salgado (PMDB-MG). O presidente Lula já deu sinais de que tem interesse por outros nomes dentro do PMDB para integrar a chapa de Dilma. A estratégia para fortalecer Temer foi antecipar a convenção, prevista inicialmente para março. A proposta é lançar uma chapa única para o comando do partido. Dessa forma, a cúpula espera mostrar coesão e unidade dos peemedebistas da Câmara, do Senado e de governadores em torno do nome do também atual presidente da Câmara.
"A ideia é fazer a chapa única expressando o momento de unidade que o PMDB vive", disse o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL). "Nosso objetivo é mostrar que há unidade no partido", emendou o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE). A decisão de antecipar a convenção do PMDB foi tomada na noite de quarta-feira, em reunião na residência oficial da presidência da Câmara.