Desde a última quinta-feira, o Hospital Auxiliadora deixou de atender aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, várias pessoas que dependem do sistema público estão reféns da falta de atendimento. O Jornal do Povo foi às ruas da cidade para saber como a população está analisando essa situação.
A dona de casa, Jacira Gonçalves da Cunha, de 55 anos, disse que a população não pode ficar sem atendimento. Ela é uma das pacientes que já sentiu o reflexo dessa situação. Jacira tinha uma ultrassonografia da tiroide marcada para ontem no Auxiliadora, contudo ao chegar no local, foi informada de que se quisesse fazer o exame teria que desembolsar R$ 110, já que o hospital não estava mais atendendo a esses casos pelos SUS. “O exame já estava marcado, e eu preciso dele para pegar minha medicação. Eu ainda posso pagar, e quem não pode, como que fica?”, questionou.
Antônio João Pereira de Souza, de 62 anos, é outro que vive esse dilema por falta de atendimento pelo SUS. Ele tinha uma biópsia agendada para ontem no Auxiliadora, mas também não conseguiu fazer o exame. A sua esposa, que estava ontem no hospital, revoltada com essa situação, disse que ligaram do Auxiliadora na tarde de segunda-feira desmarcando a biópsia.
Morador da Vila Carioca, o comerciante Carlos Garcia de Oliveira, de 70 anos, comentou que, antes das eleições, todos falaram e prometeram que a saúde iria melhorar, mas passou o processo ninguém falou mais nada. “Prometeram tantas coisas durante a campanha, colocaram maquinários nas ruas, como se a cidade estivesse uma maravilha. Passou a eleição e os problemas voltaram . O engraçado é que se fala em construir um hospital público, se não conseguem nem manter o que existe funcionando”, disse o comerciante.
O aposentado Manoel Rodrigues Barbosa, de 70 anos, morador do bairro Santos Dumont, entende que o hospital deve continuar atendendo aos pacientes do SUS. “A população não pode ficar sem atendimento e desassistida. Isso é um absurdo”, disse o aposentado.
Josefa Margarida da Conceição, de 77 anos, contou que sempre dependeu do atendimento do SUS, já que não possui um plano de saúde particular. “Quem não tem dinheiro e precisa ser atendido pelo SUS vai morrer. A Prefeitura já deveria ter renovado o contrato com o hospital”, opinou.
A funcionária da Apae, Rosemary de Oliveira Ferreira, moradora do Santa Terezinha, disse que tinha uma cirurgia agendada no hospital para a retirada de pedra nos rins, e devido essa situação não deverá conseguir fazer. Ela relatou que esteve no Pronto Atendimento (PA) nessa segunda-feira e várias pessoas que estavam lá, inclusive crianças que precisavam ser internadas, deixaram de ser encaminhadas para o Hospital devido ao fim do contrato entre a Prefeitura e o Auxiliadora. “O engraçado é que a prefeita não fala nada, não dá uma resposta de como vai ficar essa situação”, acrescentou.