Último partido a definir seu destino na corrida presidencial, o PP decidiu que não se coligará formalmente com PT ou PSDB nesta disputa. Apesar de integrar a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e controlar o Ministério das Cidades, o partido não obteve consenso entre seus diretórios para fechar aliança em torno da petista Dilma Rousseff.
Para atenuar o problema, a legenda vai declarar seu apoio político à campanha da candidata do PT com a realização de um evento partidário nacional a seu favor, já que a maioria dos diretórios estaduais prefere se aliar a ela. O gesto, na prática, não serve para repassar a Dilma o tempo de propaganda eleitoral na televisão (1 minuto e 38 segundos), que não irá para nenhum candidato.
O ministro das Cidades, Márcio Fortes, um dos principais aliados da petista dentro do partido, afirmou que o mais importante é o compromisso para mobilizar as regiões.
– A diferença do apoio que daremos a Dilma para uma coligação formal é muito pequena. Isso se resume apenas ao tempo de televisão que ela não terá. Mas o mais importante é o compromisso que o partido assumirá de mobilizar suas bases para tornar vitoriosa a campanha de Dilma.
A campanha do tucano José Serra também disputava o apoio do PP e chegou a oferecer a vaga de vice na chapa para o senador Francisco Dornelles (RJ), presidente da legenda. A proposta interessava principalmente aos diretórios do PP em Minas Gerais e na Região Sul, bastante influentes dentro da legenda e mais alinhados politicamente com a candidatura tucana.