Representantes do PPS de todo o Brasil iniciaram, em Brasília, encontro destinado a avaliar o processo eleitoral deste ano, os rumos do partido na oposição ao futuro governo e também a conjuntura política e econômica nacional.
O presidente da legenda, Roberto Freire, negou que o PPS esteja empenhado na formação de um novo partido ou na fusão com o PSDB. Segundo ele, o partido deve se preocupar em se reestruturar e realizar, em 2011, um congresso com toda a militância para se revitalizar.
Nesta sexta-feira, os mais de 100 representantes da sigla que estão em Brasília debatem a Nova Esquerda, Representada pelo PPS, e o Novo Governo. Os dirigentes continuam o encontro amanhã (26), a partir das 9h, para votar resoluções sobre fidelidade partidária e o calendário dos congressos a serem realizados pelo partido.
De acordo com Freire, a crítica à política econômica, “que fazíamos no rompimento com o governo Lula, vai começar a ter reflexos negativos agora, passada a onda de crescimento mundial”. Segundo ele, já começam a surgir críticas veladas da equipe do novo governo à política de juros e à falta de austeridade no gasto público “durante o governo Lula”.
Para o presidente do PPS, o governo deveria ter feito as reformas, mudando a política de juros e o controle de capital. “Agora, vai ter de fazer isso, vai ter de adotar uma política de austeridade”.
Os dirigentes do partido também fizeram uma análise sobre a participação do PPS no processo eleitoral deste ano. Muitos criticaram a condução da campanha presidencial do então candidato tucano José Serra, alegando que ele deveria ter se voltado mais para expor o seu pensamento, abordar suas propostas para o país, ao contrário de ter ficado preso ao marketing político.
Para o presidente da Fundação Astrojildo Pereira, Caetano Araújo, o principal elemento responsável pela derrota da oposição em 2010 foi a falta de norte político. “Serra optou por marketing”, disse. Segundo ele, falta a oposição discutir a quem e por que faz oposição. Para ele, questões como “em que sentido somos esquerda, em que sentido somos anticapitalistas” deverão estar presentes nos debates.
Na opinião do presidente do diretório do PPS mineiro, Paulo Elisiário, o partido não deve ficar à mercê de alianças e precisa buscar candidaturas próprias no pleito de 2012. “É preciso pensar num programa mínimo. Sabemos que as oposições são diferenciadas, mas, enquanto não tivermos capacidade de lançar chapas próprias, amargaremos derrotas, ficando à mercê de alianças”, afirmou.