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Pré-candidatos a prefeito falam sobre suas trajetórias na política

Márcia Moura (PMDB), e o vereador Ângelo Guerreiro (PSD) contam fatos da suas vidas na política

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Márcia Moura, atual prefeita da cidade e filha de militar, embora tenha morado em várias cidades por conta das missões atribuídas ao pai, passou boa parte da vida em Três Lagoas, cidade da família da mãe. O regresso definitivo aconteceu em 1981, depois de se casar com o médico Sebastião Nogueira de Paula. Na época em que montou uma academia de balé e ginástica, até graduar-se em Letras, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Em seguida, em 1987, passou a compor o corpo docente da Universidade.

O ingresso na vida pública aconteceu em 1996, logo após defender tese de mestrado pela Unicamp. A convite do então senador Ramez Tebet, Márcia filiou-se ao PMDB, quando teve sua ficha de filiação partidária abonada por ele.

No mesmo ano, lançou-se candidata à Câmara Municipal de Vereadores. “Até então, nunca tinha me filiado a partido algum. Venci e compus a maior Câmara de Vereadores formada por mulheres no Brasil”, lembrou.
Como vereadora, Márcia pertencia à base aliada do então prefeito Issan Fares. Ela se reelegeu em 2000.

Entretanto, na terceira tentativa, ela não obteve a reeleição. Márcia credita dois fatores ao seu insucesso eleitoral: a redução de 15 para 10 cadeiras no Legislativo e o surgimento de novos candidatos considerados bons nomes naquele momento. “Perdi por poucos votos – 200. Agradeço por isso até hoje”, completou.

De acordo com Márcia, após a derrota nas urnas, ela voltou a se dedicar à universidade, quando foi aceita para o curso de doutorado da PUC-SP. Mas, logo em seguida, foi convidada pela vice-governadora Simone Tebet, prefeita da cidade na época, para assumir a Secretaria de Cultura, que quatro meses depois se fundiria com a de Educação.

VICE
Nas eleições seguintes, em 2008, Márcia concorreu como vice-prefeita na chapa de Simone, que foi reeleita. Vice-prefeita, eleita, Márcia foi convidada por Simone para assumir uma das principais pastas da administração municipal, a de Desenvolvimento Econômico. “Hoje, eu sinto que a Simone soube preparar o terreno para que eu não assumisse a Prefeitura sem um conhecimento maior sobre a administração – embora a missão de ser prefeita tenha sido um grande desafio”.

PRIMEIRO ANO
Márcia assumiu a Prefeitura de Três Lagoas em março de 2010. Ela recorda que foi um dos maiores desafios da sua vida. O primeiro deles era lidar com a aceitação obtida por Simone.

Segundo Márcia, poucos meses depois de assumir, todos os recursos federais e estaduais foram bloqueados por conta das eleições daquele ano. Além disso, em 29 de julho, descobriu que estava com câncer, doença que foi mantida em sigilo por certo tempo. “Eu tinha que administrar essa doença sem revelar para a população o problema, porque Simone tinha obtido uma aprovação fantástica e eu, que também sou daqui, tinha que continuar esse bom trabalho. A população esperava isso”.

O pacote de notícias ruins foi fechado no dia 27 de setembro de 2010, ano em que Três Lagoas registrou o pior desastre natural da história. “Remoemos esse vendaval até o ano seguinte. Tivemos de investir recursos próprios. Mas, o ano de 2011 foi realizador”.

Hoje, Márcia afirma que está mais preparada para assumir o cargo. Quando questionada sobre a possível influência da ex-governadora no município, Márcia Moura rebateu: “A Simone fez muito pela nossa cidade. Não podemos e nem quero, apagar isso dela. É óbvio que ninguém tem poder absoluto para viver apenas com os recursos do município. Nós precisamos do apoio do governo estadual e do federal. Entretanto, as decisões referentes à administração são minhas”, disse.