O prefeito de Paranaíba, José Garcia de Freitas, não atendeu à primeira convocação da CPI das notas “frias”, instalada pela Câmara a pedido do Ministério Público Estadual.
Segundo o presidente da CPI, Fredson Freitas, já foram tomados cinco depoimentos. Eles foram dados pelos três supostos beneficiários de esquema de desvio de dinheiro público por meio de notas “frias” e por dois secretários da área financeira da Prefeitura.
A primeira impressão, segundo ele, é de que há indícios suficientes de “escancarada má utilização de recursos públicos”. O prefeito será ouvido nesta terça-feira de manhã, caso atenda à segunda convocação.
O presidente da CPI disse em entrevista à Cultura FM 106,3 Mhz que o pedreiro João Batista Simões, que teria recebido R$ 6.490 por serviço de georreferenciamento do distrito industrial 2 de Paranaíba, declarou não ter conhecimentos técnicos e, por isso, terceirizou o serviço a um engenheiro agrimensor, lucrando R$ 190.
Já Márcia Socorro Ribeiro, que emitiu nota por serviços de entrega de carnês do IPTU, diz ter sido usada como “laranja”, pois nunca realizou o serviço constante na nota emitida em seu nome, no valor de R$ 3.950. Ela apontou um funcionário da Prefeitura que a procurou para endossar um cheque supostamente de “pensão alimentícia”.
Ascione Rodrigues dos Santos, que nunca entrou na prefeitura, disse morar em Cassilândia, e quer processar o responsável que usou seu nome para emitir nota de R$ 6 mil por serviços de instalação de Intranet. Ele afirmou que não sabe nem ligar um computador.
O auxiliar do prefeito na área de finanças, Deoclésio Pereira de Souza Junior, insistiu na tese de que as notas não são “frias” e elas foram empenhadas e pagas. A CPI vai apurar, segundo Fredson Freitas, como era o esquema de utilização de “laranjas” para saques de dinheiro público. Tudo indica que haveria operações triangulares.