A administração municipal entrou na tarde de ontem com um pedido de liminar na Justiça local solicitando que o Hospital Auxiliadora continue atendendo aos pacientes do Sistema único de Saúde (SUS) por mais 60 dias. O pedido, segundo o assessor jurídico da Prefeitura, Clayton Mendes, tem por base o que está previsto no próprio contrato que, em caso de não renovação, o hospital deveria atender por mais 60 dias os pacientes do SUS.
Mendes informou que a medida visa garantir atendimento aos pacientes até que a Prefeitura encontre uma solução para esse problema. Segundo a prefeita Márcia Moura, nesses 60 dias, o repasse para o Auxiliadora continuaria o mesmo, R$ 1.637.824,53/ mês para continuar realizando os mesmos procedimentos contratados pela Prefeitura.
A prefeita disse ao Jornal do Povo que não fugiu das obrigações. “Não havia falado nada ainda, porque estava analisando toda uma questão jurídica, não podemos colocar os carros na frente dos bois, até porque nunca ouve um momento como esse. Saúde é uma questão séria, não podemos tratar de qualquer jeito”, observou a prefeita, que concederá uma entrevista coletiva a imprensa amanhã para dar mais detalhes sobre essa situação envolvendo o hospital e a Prefeitura.
Márcia Moura ressaltou que há muito tempo vem mantendo um diálogo aberto com a direção do hospital, e esperava que houvesse o interesse do Auxiliadora em continuar prestando atendimento aos pacientes do SUS. E garantiu que, a população não deixará de ter o atendimento necessário à preservação da saúde.
HOSPITAL
Desde a última quinta-feira, 1º de novembro, quando a direção do Auxiliadora deixou de atender os pacientes do SUS, com exceção dos casos de urgência e emergência, até a data de ontem, foram canceladas 20 cirurgias, e realizadas 23 pelo Sistema Único de Saúde.
Nesse período, foram cancelados também 180 exames (diagnóstico por imagem). Entretanto, o hospital se comprometeu em continuar atendendo com respeito e dignidade os pacientes que, por ventura, derem entrada no Auxiliadora, em especial os casos de urgência e emergência, bem como os pacientes internados.
MANIFESTAÇÃO
Na noite de segunda-feira, cerca de 30 integrantes da Central de Movimentos Popular participaram de uma manifestação em frente ao Hospital Auxiliadora contra a falta de atendimento pelo SUS. Segundo o líder o movimento, Marcos Bocato, o objetivo foi o de provocar a sociedade e a opinião pública para o que está acontecendo. Na ocasião, representantes da assessoria de comunicação do hospital conversaram com os participantes e falaram dos motivos que levaram o Auxiliadora a não renovar o contrato.