A preocupação de Walmir Marques Arantes, que também é presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Receita, Fazenda e Finanças do Mato Grosso do Sul (Confaz-MS ), é de que a Reforma Tributária seja aprovada e acabe com os incentivos fiscais oferecidos pelos estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
As empresas que arrecadam anualmente R$ 2,4 milhões são consideradas pequenas. Caso a Reforma Tributária seja aprovada, aquelas que arrecadarem até R$ 3,6 milhões serão consideradas pequenas. “Não acho que uma empresa que arrecade esse valor seja pequena”, argumentou. Com isso, elas deixariam de recolher o ISSQN para o município e pagariam para o governo federal. “Quem garante que esse valor retorna na totalidade para a cidade? Os deputados e senadores querem que esse recurso vá para Brasília e os estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste fiquem penalizados, pois é um dinheiro que entra direto nos cofres do município para a realização de obras”, comentou.
Para o presidente do Confaz, o que precisa ser feito é uma reforma administrativa. “Os deputados e senadores de São Paulo, cidade que ofereceu benefícios há mais de 150 anos para atrair empresas, agora querem acabar com os incentivos que MS oferece para atrair as indústrias para o Estado. Isso é uma injustiça. Espero que os deputados e senadores de MS votem contra essa Reforma Tributária. Os prefeitos, que têm força de elefante, precisam fazer pressão sobre os políticos contra essa reforma”, ressaltou.
Na opinião de Arantes, em vez do governo federal querer acabar com os incentivos fiscais, deveria diminuir o número de ministérios, que hoje somam 32. “Deveria desonerar a carga tributária da folha de pagamento das empresas e não mexer no ISSQN dos municípios. Querem tirar do Centro-Oeste, do Norte e Nordeste para engordar o Sudeste, que já foi beneficiado por esses incentivos”, frisou. Ele acrescentou que “o governo federal tem que investir mais em infraestrutura, nas rodovias, na saúde e em educação, em vez de gastar recursos com "atividades-meio", mantendo os apadrinhamentos, os quais só oneram os cofres públicos”, finalizou.