Os Correios voltaram a negar nesta quinta-feira (2) o uso político da empresa na distribuição de material de campanha de candidaturas políticas. Em entrevista à imprensa, o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, disse que “o trabalho dos Correios obedece a critérios estritamente operacionais”. Nesta quinta-feira, um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um carteiro entregando material de campanha sem marcas aparentes da empresa. Para o presidente dos Correios, as imagens mostram o trabalho de envio de mala direta sem endereço para o qual a empresa foi contratada. “Não há, pelo que eu vi no vídeo, uma ilegalidade”, disse.
Durante a entrevista, Pinheiro também foi indagado sobre sua participação, em Minas Gerais, em ato de campanhas petistas. Ontem (1º), uma reportagem no portal do jornal O Estado de S. Pauloapresentou uma gravação em vídeo de um encontro em que esteve presente. No vídeo, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) disse que Dilma chegou aos 40% das intenções de votos em Minas Gerais porque “tem dedo forte dos petistas dos Correios”. Em nota, os Correios declararam que “não há qualquer adesão da empresa Correios, mas de pessoas que como quaisquer outras, têm o direito constitucional de, como cidadãs, se engajarem politicamente”.
Wagner Pinheiro disse ainda que cumpriu agenda como presidente da empresa no estado, naquele dia, mas que, por ter sido convidado para a reunião, arcou com todas as despesas de translado e hospedagem. Na avaliação dele, a participação “não fere nenhuma norma de agente público”, já que as atividades são fora do horário de trabalho.
Questioando sobre o envolvimento de trabalhadores da estatal nas atividades políticas, Pinheiro disse que “os Correios não mobilizam funcionários para nenhuma campanha. Os cidadãos se organizam livremente e fazem campanhas para seus candidatos”. Os Correios já haviam se manifestado, em nota, que a atividade pessoal dos trabalhadores, fora do local e do expediente de trabalho, não se confunde com as das empresas.