O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou hoje (18) a criticar o excesso de burocracia e fiscalização para investimentos públicos no país. Entre os procedimentos burocráticos que atrasam projetos, Lula citou o excesso de rigor da legislação ambiental, a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) e as ações impetradas na Justiça contra obras públicas por empresas perdedoras de licitações ou pelo Ministério Público.
Segundo o presidente, tudo isso contribui para que uma obra fique paralisada por meses ou até anos. “E as pessoas não levam em conta o prejuízo que o país e que a comunidade tem com uma obra oito meses, um ano, dois anos parada. Se você descobrir que houve um sobrepreço na obra, entra com uma ação na Justiça e, quando chegar no final da obra, não paga e vai brigar”, disse Lula, durante a inauguração do Centro de Referência da Juventude (CRJ), na favela Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
Lula afirmou que o país está começando a ser “destravado” e que, daqui a dez ou 15 anos, terá uma estrutura gerencial e administrativa melhor que todos os outros países. Ele também criticou governantes que deixam a política interferir no direcionamento das políticas públicas. classificando de “mesquinharia” o fato de alguns políticos só direcionarem verbas para estados ou prefeituras aliadas.
O presidente fez ainda críticas à oposição que, para ele, não trabalha para “ajudar” o país, mas apenas para fiscalizar, e fez um mea culpa pelo período em que foi político de oposição ao governo.
No início da tarde de hoje (18), o presidente Lula entregou 56 apartamentos construídos com verbas do PAC no complexo de favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio. Na favela, o PAC está urbanizando ruas e espaços públicos e implantando um sistema de esgotos, de águas e de drenagem de águas de chuva.
O presidente também anunciou hoje o investimento de R$ 157 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na melhoria das instalações da Polícia Civil fluminense. Segundo o próprio BNDES, é a primeira vez que o banco financia um projeto na área de segurança pública.