Preso ontem pela PF (Polícia Federal), o prefeito de Dourados, Ari Artuzi (PDT), está abatido, “baqueado’ e alega inocência. A situação é descrita pelo advogado Carlos Marques que conversou ontem à noite com Artuzi, trazido para a 3ª delegacia de Campo Grande, no Carandá Bosque.
O prefeito, que está sozinho em uma cela e sem direito à visita, foi informado sobre os vídeos em que aparece recebendo propina de R$ 10 mil. Para Artuzi, as imagens são montagens. Em um dos vídeos, gravado pelo autor das denúncias, o secretário de Governo, Eleandro Passaia, o prefeito aparece recebendo dinheiro.
No dia 7 de julho, às 21h58, o secretário encontra Artuzi em uma cadeira em área que parece ser a varanda ou área de serviço. “Tem dez mil aí do terreno”, avisa Passaia. Ele entrega dois maços de dinheiro, cada um com R$ 5 mil e explica que em conversa com responsável por empreiteira foi advertido de que o pagamento de uma única vez levantaria suspeitas.
Passaia informa então que o pagamento será em 3 parcelas. “Dez hoje, dez amanhã e dez na segunda”. Artuzi, quieto até então, apenas grita; “Maria…Tó”, chamando a primeira dama para pegar o dinheiro.
Preso
O advogado afirma que ainda não teve acesso a todo o processo, portanto ainda não definiu a linha de ação da defesa. Desta forma, o mais provável é que o prefeito fique preso por cinco dias, período de validade da prisão temporária. Contudo, a prisão pode ser prorrogada ou transformada em prisão preventiva.
Para Carlos Marques, não há provas contra Artuzi. “Não existe nada, somente a manifestação do rapaz que fez as gravações. Ele também condena a ação. “Antes tinha as provas e prendia as pessoas. Agora, no Brasil prendem e depois obtém as provas”, reclama.
A Operação Uragano prendeu 28 pessoas, como a primeira-dama Maria Artuzi, nove dos 12 vereadores, secretários municipais e empresários . Uma pessoa está foragida.