Réu do mensalão criava imóveis inexistentes como garantia de dívidas de suas empresas
O publicitário Marcos Valério, preso na madrugada desta sexta-feira (12) em sua casa em Belo Horizonte, pode ter falsificado documentos na Bahia, criando imóveis fictícios como garantia para conseguir empréstimos para suas empresas.
O empresário ficou nacionalmente conhecido em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão no coração do governo federal.
Valério é suspeito de se unir a advogados e oficiais de cartório de Registro Gerais de Imóveis e de Tabelionato de Notas para falsificar esses documentos públicos.
A suspeita do Ministério Público é que ele criava matrículas falsas de imóveis inexistentes. O objetivo seria entregar essas terras fictícias como garantia de dívidas contraídas por suas empresas.
É por essa razão que a operação que investigou o caso ganhou o nome de Terra do Nunca, desencadeada nos Estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo, que prendeu 23 pessoas. De acordo com o delegado Carlos Ferro, da delegacia de Barreiras (BA), todos os presos serão encaminhados para Salvador, onde vão prestar depoimento.
Mensalão
O empresário ficou conhecido no escândalo do mensalão, em que parlamentares e partidos da base do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva supostamente receberiam dinheiro para apoiar o governo.
O escândalo foi a pior crise do governo Lula e resultou na queda do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que também teve o mandato de deputado federal cassado após deixar o ministério.
Trinta e oito réus respondem a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de envolvimento no esquema, entre eles Dirceu, Jefferson, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.