A prisão do prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR), ocorrida na manhã desta quarta-feira (20), pelo envolvimento na morte do vereador Carlos Antônio Costa Carneiro (PDT), não trouxe surpresa à população da cidade de 4.569 habitantes (IBGE).
Apesar da opinião, no munícípio pequeno- onde todos se conhecem, as pessoas falam, mas pedem para não serem identificadas, por conta da proximidade com os suspeitos.
Por telefone, uma moradora, que trabalha no comércio local, contou ao Campo Grande News que as prisões só confirmaram os boatos do envolvimento do prefeito e dos outros políticos da cidade.
“Não foi surpresa nenhuma, nós já imaginávamos essa situação, não tinham outros suspeitos, não surgiu nenhuma outra a linha de investigação. Acho que se foram eles que fizeram isso, a prisão é merecida, porque a família está sofrendo muito ainda”, comentou.
Outro comerciante comentou também que as prisões esta quarta-feira, não foram nada além dos boatos do que era comentado na cidade.
“Eu viajo muito, estou há poucos dias na cidade, sei do crime que aconteceu, e o que o pessoal comenta, nada diferente do que aconteceu hoje. Parece que a menina teve um relacionamento com um dos homens presos. A loja do empresário preso, que vendia de tudo, tipo R$ 1,99, também já esta fechada há alguns dias e hoje também não abriu”.
Dona Nina, irmã de Jurdete Marques de Brito, que foi presa nesta madrugada em casa, na mesma operação que foram presos os suspeitos de envolvimento na morte do vereador, não quis comentar o envolvimentos dos políticos no crime, mas ela não acredita no envolvimento da irmã, que trabalha em posto de saúde do município.
“Eu trabalho há 40 anos aqui em Alcinópolis, nem sabia destas histórias. Ela (Jurdete) estava com a filha dela de madrugada, quando acordo foi acordada pela polícia. Mas não estou preocupada, porque ela não deve nada a ninguém”, contou Nina.
As prisões- O prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR), foi preso no início da manhã desta quarta-feira (20), suspeito de ser o mandante do assassinato do vereador Carlos Antônio Costa Carneiro (PDT), 40 anos, ocorrido em outubro do ano passado em Campo Grande (MS).
Também foram presos o presidente da Câmara de Vereadores, Ênio Queiroz (PR), os parlamentares municipais Valter Roniz (PR), Valdeci Lima (PSDB), o comerciante Ademir Luiz Muller, dono de uma loja local e Jurdete Marques de Brito, que teria tido um relacionamento com um dos suspeitos presos pelo crime.
Os mandados de prisão foram expedidos por um juiz da Capital e cumpridos pela Polícia Civil de Alcinópolis e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). Os seis presos estão sendo encaminhados para Campo Grande, onde o caso está sendo investigado por um comboio de quatro viaturas policias, que já passaram por Coxim e devem chegar às 10h30 na Capital.
Carlos Antônio Costa Carneiro foi assassinado com três tiros, a luz do dia, na calçada do hotel Vale Verde localizado na avenida Afonso Pena, no centro de Campo Grande.
Dois homens em uma moto se aproximaram e efetuaram os disparos. No entanto dois policiais passam pelo local no momento do crime e surpreenderam os assassinos durante a fuga. Irineu Maciel, 34 anos, e Aparecido Souza Fernandes, 34 anos foram presos em flagrante.
Nos depoimentos confessaram ter recebido R$ 20 mil para matar o vereador, porém não revelaram o contratante do serviço. Durante a investigação, Valdemir Vansan, 37 anos, também foi preso acusado de ter contratado Irineu para executar o vereador.