Cerca de 100 pessoas protestam, neste momento, em frente à residência oficial do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em Águas Claras. A manifestação é pacífica, mas a Polícia Militar precisa conter a pequena concentração de pessoas que fecham a todo momento a EPTG, via que passa em frente ao local dos protestos, pela qual trafegam diariamente cerca de 140 mil motoristas, segundo a Secretaria de Transportes do DF.
Como a polícia isolou a área em frente à casa do governador, sob a alegação de que o trecho está em obras, os manifestantes estão reunidos do outro lado da pista. Arruda é acusado de comandar um suposto esquema de pagamento de propinas no Distrito Federal descoberto pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora.
A concentração, que teve início no final da manhã, reúne militantes do P-SOL e do PT e integrantes de movimentos estudantis e sindicais do DF. Também chegaram, no início da tarde, ao local da manifestação técnicos penitenciários do DF, que decidiram hoje (1º) entrar em greve, conforme vinham anunciado há alguns dias.
Os manifestantes empunham faixas e bandeiras, distribuem panfletos e gritam palavras de ordem. Eles pedem o impeachment do governador José Roberto Arruda, e do vice-governador, Paulo Octavio, e o afastamento do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, e de todos os parlamentares envolvidos no caso.
Panetones, meias, cuecas e réplicas de maços de dinheiro são oferecidos aos motoristas que passam no local, em referência às imagens gravadas pela Operação Caixa de Pandora, em que integrantes do alto escalão do governo e empresários do DF aparecem recebendo maços de dinheiro e à justificativa apresentada por um dos possíveis envolvidos no esquema de que o dinheiro era para a compra de panetones que seriam dados à população de baixa renda. propina.
A maioria das pessoas que passam pelo local solidariza-se com os manifestantes com acenos, buzinas e palavras de ordem. Mais cedo, antes de os manifestantes se reunirem, houveram protestos isolados.
O presidente distrital do P-SOL, Antônio Carlos de Andrande, o Toninho do P-SOL, acredita que ao longo do dia aumente o número de participantes do protesto. Ele defende a participação de toda a população e dos movimentos organizados que lutam “contra a corrupção e o banditismo que se instalou no Distrito Federal”. Para ele, a crise no governo local é reflexo do que ocorre em todo o país.
“Nós [P-SOL] estamos fazendo a nossa parte e contamos com o apoio de todos, porque não podemos deixar que joguem debaixo do tapete mais esse escândalo”, afirmou.