O terceiro-sargento do Centro de Inteligência do Comando da Aeronáutica, Idalberto Martins de Araújo voltou a negar hoje (26), na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Clandestinas da Câmara (CPI dos grampos), que tenha participado formalmente da Operação Satiagraha da Polícia Federal.
A afirmação contradiz o que foi declarado pelo delegado federal Protógenes Queiroz, que comandou a operação, ao Ministério Público.
Araújo disse que sua participação se resumiu à indicação do ex-agente do extinto Serviço Nacional de Inteligência (SNI) Francisco Ambrósio, a pedido de Protógenes. Segundo o sargento, o delegado pediu que ele indicasse um agente de inteligência aposentado para ajudá-lo na operação.
“Quero reafirmar que a Aeronáutica não participou da Operação Satiagraha. O delegado Protógenes, em nenhum momento, me pediu para elaborar qualquer documento formal sobre a operação”, disse Araújo.
O sargento disse ser amigo de Protógenes e não entendeu por que o delegado disse ao MP que ele teria participado da Satiagraha e que inclusive não teria sido remunerado porque recebia soldo da Aeronáutica. “Ele terá que explicar por que disse isso”, assinalou Idalberto.
Para o presidente da CPI dos grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), o depoimento de hoje complica ainda mais a situação de Protógenes. “Ele desmente o Protógenes Queiroz, que fez um depoimento ao Ministério Público dizendo que ele [Idalberto] teve participação formal pela Aeronáutica. Mais uma vez, o Protóenes é desmentido em depoimento a esta comissão”, afirmou.