Em reunião realizada na noite de ontem, o diretório municipal do PT decidiu que irá se reunir na quinta-feira para decidir se apoiará a pré-candidatura de Márcia Moura (PMDB) ou a de Ângelo Guerreiro PSD) à Prefeitura de Três Lagoas nas eleições deste ano. Desde o ano passado, tudo indicava que o PT fosse apoiar Guerreiro. Entretanto, a situação mudou na tarde do último sábado, quando o presidente do diretório municipal do PMDB, o deputado estadual Eduardo Rocha, e a prefeita Márcia Moura entregaram ao presidente do PT um documento para que o Partido dos Trabalhadores indicasse o vice do PMDB, além de ter oferecido uma secretaria caso haja uma futura administração peemedebista.
Por esse motivo, o PT reuniu a executiva e o diretório municipal do partido na noite de ontem para analisar a proposta do PMDB. A decisão poderia ser tomada ontem mesmo, no entanto, ao perceber que haveria um empate e que o PT poderia ficar “rachado” no processo eleitoral deste ano, o partido decidiu discutir mais a questão e votar na quinta-feira.
Em entrevista à imprensa, o presidente do PT, Nivaldo dos Reis, disse que o partido pretende conversar com o PMDB e com o PSD antes da decisão final. O Partido dos Trabalhadores decidiu ainda que deseja uma garantia de ambas as agremiações em relação à estrutura de campanha e à participação do partido em uma futura administração. “Vamos analisar as duas propostas”, destacou.
Ainda de acordo com Nivaldo, outro fator que contribuiu para essa indefinição dentro do PT foi o fato de o PSD ter oferecido a vaga de vice para o PSB, embora, desde o ano passado, já houvesse sido definido que o vice seria uma indicação do PT. “Na reunião de hoje [ontem], era para estarmos aqui divulgando o nome do vice [de Guerreiro] do PT e não para discutir quem apoiaríamos”, disse Nivaldo. Outra situação, segundo ele, foi o fato de o PSD ter marcado a convenção do partido sem consultar o PT e, além disso, em data diferente.
Questionado se Ângelo poderá ser abandonado no altar, ele disse que o partido não se definiu ainda e nem decidiu se abandonará o PSD.
REUNIÃO
A reunião do PT foi marcada por uma verdadeira lavagem de roupa suja. Em princípio, membros do partido pretendiam ignorar o documento apresentado pelo PMDB. Durante a reunião, membros do diretório do PT repudiaram a atitude de alguns petistas, que teriam, segundo eles, se vendido e tentado negociar o apoio petista ao PMDB.
Na tarde de ontem, o vereador Ângelo Guerreiro reuniu-se com o senador Delcidio do Amaral para falar sobre a situação do partido em Três Lagoas. Segundo o parlamentar, o senador comentou que, independentemente da decisão que o PT tomasse em Três Lagoas, ele estaria apoiando a sua pré-candidatura, mesmo que não fosse para estar no palanque.
Ao Jornal do Povo, Guerreiro disse que não partiu do senador a possibilidade de unir o PT e o PMDB no município. Conforme o vereador, a tentativa de aproximação teria vindo de alguns assessores do deputado Vander Loubet, ligado ao vereador Idevaldo Claudino (PT).
Durante a reunião, foi possível perceber que, além de Idevaldo, os petistas Gilmar Garcia Tosta, Janivaldo Bernardes e Anésio Anselmo teriam preferência em apoiar a pré-candidatura de Márcia Moura.
Para Bel do PT, que preferiu não citar nomes, a atitude de certos petistas foi encarada como um “papelão”. “Não haveria a necessidade da reunião, já que o PT havia se comprometido desde o ano passado em apoiar o Guerreiro.”
Ainda durante a discussão, o presidente do PT e a petista Belkiss Maria Maciel também chegaram a repudiar a decisão de alguns membros do diretório em tentar forçar um apoio do PT ao PMDB. “É uma falta de vergonha na cara, uma safadagem. Se fosse para fazer acordo desse tipo, ficaria em casa”, disse Belkiss.
VICE
Em relação ao vice, Guerreiro disse que está mantido o compromisso do PT indicar o nome. Contudo, afirmou que se o Partido dos Trabalhadores não apoiar o PSD, a indicação poderá ser do PSB, que se reuniu no domingo e teria decidido apoio à sua pré-candidatura.