O PT vai às urnas no domingo para eleger os dirigentes que irão comandar o partido – pela primeira vez, a partir de 2011 – sem ter a figura carismática de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente ou candidato. O maior desafio do PT é manter-se hegemônico na aliança de centro com a qual pretende eleger Dilma Rousseff à Presidência da República em 2010.
Favorito à presidência do partido entre quatro candidatos, o ex-presidente da Petrobras e da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, diz que essa hegemonia passa pela eleição de uma bancada forte no Congresso. No governo Lula, o partido cresceu nas prefeituras e nos governos estaduais, mas minguou na Câmara.
A eleição de Dutra, dada como certa em 1º turno – a primeira desde José Dirceu, em 2001 – explica-se pela reaproximação de forças que não se compunham desde o mensalão, em 2005. Juntas, poderão ter 60% dos votos.
Minas Gerais e Rio de Janeiro, Estados crucias para a aliança com o PMDB, deverão ter as disputas mais decisivas neste domingo. A provável vitória do ex-prefeito Fernando Pimentel não diminuirá a disposição do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, de buscar prévias para a escolha do candidato ao governo mineiro. O Rio reedita disputas históricas com a direção nacional pela indisposição dos petistas fluminenses em fechar com a reeleição do governador Sérgio Cabral.