O Partido dos Trabalhadores chegou a um entendimento interno sobre o nome da advogada campo-grandense Giselle Marques para ocupar o posto de pré-candidata ao governo sul-mato-grossense. Ela foi anunciada na terça-feira (12) em evento acanhado, no início da tarde, na sede da legenda em Campo Grande. Porém, seu nome não é definitivo.
A candidatura "pura" do PT por ora coloca Giselle como a "cabeça" do palanque lulista em Mato Grosso do Sul. Contudo, conforme os próprios dirigentes do partido afirmam, a indicação ainda não passou pelo crivo na Executiva nacional e pode mudar.
"Para a direção nacional ainda é um fato novo [o nome de Giselle ao governo de MS], e caberá a nós da direção estadual do PT construir as condições para demonstrar a viabilidade desse projeto aqui no Estado", explicou o presidente regional da sigla, Wladimir Ferreira.
O nome de Giselle ao governo só emergiu na semana passada, quando o ex-governador Zeca do PT abdicou do posto de pré-candidato ao Executivo por causa de sua inelegibilidade – porém, ele ainda pode reverter o quadro e, nesse caso, concorrer a deputado estadual. O retorno de Zeca como pré-candidato ao governo não é descartado, mas a possibilidade é mínima.
"Temos a pré-candidatura da Giselle que cobre um espaço deixado pelo Zeca, mas eu estou convencido que vamos resolver esse isso no STJ, mas não sabemos se será amanhã ou daqui 60 dias, então não podemos ficar esse período todo sem um pré-candidato apto", explicou o deputado federal Vander Loubet, ao final do evento que lançou a advogada.
CONVERSA COM TODOS
Mesmo apontando que Giselle tem condições de brigar frente a frente com os demais nomes, pois o PT acredita na transferência de votos de Lula e na força do próprio partido, Vander admitiu que o partido conversou e continua a negociar apoio de e para outras siglas. Um dos procurados foi o do presidente da Cassems e do PSB regional, Ricardo Ayache.
"O PT convidou ele [Ayache] para ser candidato sim, mas estamos em conversas ainda. Ele tem algumas dificuldades para disponibilizar o nome, pois haverá a eleição da Cassems no ano que vem. Mas seguimos conversando. Estive segunda com ele", completa.
Além de Ayache, Vander diz que no momento conversa com todos os principais pré-candidatos. "Eu converso com todo mundo. Estamos abertos. Defendo que quem topar fazer um programa conosco e apoiar o Lula no primeiro turno, não temos problema nenhum em discutir aliança. O que nós não vamos fazer é ir no escondidinho, sem fazer aliança às claras", conclui.
Para exemplificar a situação petista, o deputado usou a aliança do ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo mineiro, Alexandre Kalil, com Lula. Kalil é do PSD, partido do atual chefe do Ministério da Agricultura, Marcos Montes.
NEGOCIAÇÕES
Marquinhos Trad já tentou despistar sobre quem subirá em seu palanque até outubro, afirmando que será o candidato lançado pelo PSD – foi cogitado Rodrigo Pacheco, mas já houve recuo. Contudo, ele e sua equipe mantém conversas com o PT regional e, conforme o apurado pela reportagem, há também diálogo direto com a presidente nacional Gleisi Hoffmann.
Tal possibilidade faria com que Ayache e Trad voltassem a se reaproximar (o primeiro foi convidado pelo segundo para ser vice da chapa, mas não deu resposta ainda), fazendo o peessebista seguir caminho contrário do que é enxergado até aqui: rumar para o grupo governista de Reinaldo Azambuja e do pré-candidato escolhido por ele, Eduardo Riedel.
Outro com que o PT tem conversas em Mato Grosso do Sul é o emedebista André Puccinelli, que diferente de décadas atrás hoje possui boa relação com os petistas e até trânsito com Zeca, que assim como ele é ex-governador. "São boas as possibilidades de acordo", garante fonte ligada a André e que foi consultada pela reportagem da CBN Campo Grande.